Profeta do Altíssimo

    São João Batista, além de ter uma festa solene para celebrar seu nascimento, ela é precedida de uma vigília. Essa celebração nos introduz no nascimento de São João Batista e a importância deste acontecimento que assim como no natal celebramos em dois dias. E trata-se de um acontecimento que mudou a história. São João Batista aponta o caminho da conversão indicado por Deus que é Jesus, o seu nascimento se dá justamente seis meses antes do “Natal” e nos ajuda a preparar o nosso coração e o nosso olhar para a manjedoura.

    João denominado o “Batista” é filho de Zacarias e Isabel, na qual Deus operou grandes graças na vida deles. Isabel era considerada estéril e quando já não se esperava que essa seria Mãe concebeu na velhice por um “milagre divino”. Zacarias seu Pai estava mudo por justamente duvidar que ele e sua esposa pudessem gerar um filho. Assim sendo João Batista já estava mudando a história e fazendo milagres desde a sua concepção.

    Seu nascimento anuncia a chegada do “tempo messiânico”, ou seja, do tempo da reconciliação com Deus, do arrependimento dos pecados. São João Batista anuncia o tempo de conversão, ele é o profeta que denuncia as injustiças e anuncia a Justiça divina. Assim como no cântico de Zacarias que profetiza o que viria a ser este menino que acabara de nascer: “E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás à frente do Senhor para preparar os caminhos dele, e para dar a seu povo o conhecimento da salvação, mediante o perdão dos pecados” (cf. Lc 1,76-77).

    Segundo o próprio Jesus ao falar de São João Batista o denomina como o maior dos profetas: “Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista” (cf. Mt 11,11).

    Na primeira leitura da Missa da vigília, do profeta Jeremias (cf. Jr 1,4-10), o Senhor capacita o profeta para a Missão. O profeta se diz muito novo, que não sabe falar ainda, que ninguém iria ouvi-lo, mas o Senhor lhe diz: Tudo o que eu te mandar dizer, tu o dirás. Que o profeta não precisava ter medo das pessoas pois o Senhor estaria com ele para defende-lo. O Senhor toca na sua boca e coloca as suas palavras na boca do profeta. E o Senhor o constitui como profeta para falar as nações e anunciar o reino de Deus.

    Meus irmãos, assim Deus faz conosco quando achamos que não temos capacidade, ele nos capacita. Seja para alguma função no trabalho, ao falar em público ou até mesmo para falar dele na Igreja, no grupo de catequese ou alguma outra função. As vezes achamos que não somos capazes, mas ele nos da coragem e capacita. O medo nos aprisiona, nos faz ficar retraídos e Deus nos criou para a liberdade.

    Como nos diz o Salmo Responsorial (cf. Sl 70(71), 2-3.3-4a.5-6ab.15ab e 17) da Missa “Desde o seio maternal, sois meu amparo”. O Senhor é nosso amparo e sustento desde o ventre materno. Nele buscamos o nosso refúgio e fortaleza e nos ajuda a vencer os inimigos.

    Na segunda leitura da carta de São Pedro (cf 1Pd 1,8-12), ele nos enche de esperança pois anuncia que nós sem conhecer e ver o Senhor já o amamos e isso é para nós fonte de alegria indizível e gloriosa, pois obteremos aquilo que almejamos: a nossa Salvação. E assim como os profetas que vieram anteriormente a nós, anunciaram tudo aquilo que iria acontecer com o Senhor, e tudo isso lhes foi revelado por meio do Espírito Santo. Como nós que por meio do Espírito Santo compreendemos a Sagrada Escritura.

    Por fim, no evangelho de hoje segundo São Lucas (1,5-17), conta-se a história dos pais de João Batista, Isabel e Zacarias, e como se deu o anúncio feito pelo Anjo a respeito de seu nascimento. Foi operado um milagre na vida de Isabel e Zacarias, ambos de idade avançada e Isabel considerada estéril concebe um filho na velhice. Ao observar esse evangelho vemos que como diz o próprio anjo a Maria: “Para Deus nada é impossível”, devemos acreditar nisso e levar para nossa vida de fé, no dia a dia e acreditar que sempre existe uma luz no fim do túnel, uma faísca de esperança e que se acreditarmos, aquilo que pedimos acontece.

    Zacarias por um certo momento dúvida da ação de Deus na vida deles e por ter duvidado acaba mudo até o nascimento de seu filho. E o anjo anuncia aos dois tudo o que viria a ser este menino. “Ele reconduzirá muitos do povo de Israel ao Senhor seu Deus. E há de caminhar à frente deles, com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos, preparando para o Senhor um povo bem-disposto” (cf. Lc 1,16-17).

    São João Batista viria a ser a voz que grita no deserto, iria aplainar os caminhos do Senhor e instaurar um novo tempo. Um tempo de luz e de paz, de justiça e de amor. Que esse tempo venha também nos dias de hoje, nos mostrando o caminho da paz, da justiça e do amor. E aqueles que se encontram perdidos, descubram o caminho da verdade.  Amém!

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