Várias pessoas passam toda a sua vida procurando a felicidade em pessoas, objetos, passeios, dinheiros, ostentação quase impossíveis, sem parar para apreciar as pequenas alegrias que a vida nos dá. Penso que isso acontece com todos, pelo menos em uma época da vida, até aprendermos que não é bem assim. Aqui você vai encontrar uma interessante análise psicanalítica e um novo modo de pensar para alcançar a verdadeira felicidade.
Segundo a psicanálise, a felicidade não é vista como um estado permanente ou objetivo a ser alcançado, mas sim como um processo dinâmico e subjetivo, marcado por momentos de prazer e satisfação, intercalados com momentos de desprazer e conflitos. O criador da psicanálise, o médico neurologista Dr. Sigmund Freud enfatiza a busca pelo prazer como um princípio fundamental da psique, mas reconhece que a busca pela felicidade total, plena e constante é inatingível, devido à natureza complexa da vida psíquica e às limitações impostas pelo mundo externo e pela própria constituição psíquica.
A abordagem da psicanálise pode ajudar as pessoas a lidar com a insatisfação inerente à condição humana, auxiliando na compreensão de conflitos inconscientes e na busca por formas mais saudáveis de lidar com as dificuldades da vida. A sua abordagem é fazer o indivíduo vencer seus traumas, recalques, frustrações, os dramas da vida e galgar a superação dos seus obstáculos. Na análise psicanalítica o seu auxílio pedagogicamente faz o fluir a busca da felicidade dentro para fora. A interiorização externalizada na qualidade de vida sadia. Na dimensão do amor, do afeto, do sentido da plenitude e de novos horizontes. O Dr. Sigmund Freud afirmava: “Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada.” O amor pode contribuir para a felicidade com aceitação e autoestima.
O que a psicanálise chama de gozo, seria a “felicidade total”, mas o que nos é possível é um prazer parcial. Esse gozo, quando insistente, vem na forma de sofrimento, e causa angústia, e essa angústia é um sinal de que algo não está bem, e precisa ser entendido. Em “Além do Princípio do Prazer”, o Dr. Freud explica a busca dessa totalidade de felicidade, que seria “A pulsão de morte”, esse gozo, que não conseguimos atingir porque ele é inatingível e a pulsão de vida, que é o prazer, o desejo.
Na visão do pai da psicanálise, Dr. Sigmund Freud, a felicidade implica na realização do “Princípio do Prazer”, que domina o psiquismo humano desde o início da vida. Apesar do princípio da realidade, o objetivo de buscar o prazer nunca é abandonado. Os desejos aumentam à medida que o indivíduo se socializa, então estes passam a ser satisfeitos, ou serem reprimidos/recalcados, e a formar sintomas como angústias que podem levar à depressão.
No processo analítico, o indivíduo se redescobre, na sua forma única de ser e de viver, numa condição de vida mais saudável e prazerosa, originada pelos seus desejos, entende que as frustrações necessárias e insatisfações são uma parte da vida, e compreende que a felicidade total não vai existir, pois não é possível ao ser humano acessá-la. Podemos dizer que na análise psicanalítica contribui para que o sujeito tome consciência de seu maior potencial de felicidade possível de ser vivido no contexto interior de traumas superados. Nessa abordagem, o bem-estar flui na dimensão da felicidade em prol da saúde física, emocional, mental, social e espiritual.
Prof. Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD
Especialista em neuropsicologia pela Minas Faculdade-MG.
Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.
Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.
Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).
Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica