Da lágrima à alegria

    O verdadeiro discípulo – ou seguidor – de Jesus de Nazaré, obediente às ordens da vontade divina, ao degustar daquela energia auspiciosa do poder de Deus, descobre e aprende, pela graça libertadora, que a esperança na vida em Deus tem sua diferença. Nós, que nascemos por ordem divina, pela mesma vontade misteriosa da sabedoria, somos conduzidos também pelo desígnio e pela ordem suprema e seremos restituídos à terra por causa dos limites e das contradições, contingências humanas.

    Temos o desejo de encontrar, na finitude das coisas, a infinitude do Cristo Senhor, presente na vida humana, livrando-nos dos laços do mundo e dos laços do corpo, já participando aqui do começo do seu reinado. Na fé, não dispensar a completa clareza, de que salvos seremos, pois, pela morte do Filho Unigênito de Deus, por vosso chamado, acordaremos para a vida feliz e definitiva: a reconciliação, sendo “novas todas as coisas”.

    Que Deus nos dê a graça de sempre e cada vez mais compreender a vida humana na face da terra, no seu clamor, acompanhado de lágrimas e gemidos, sendo realidade deplorável de oceanos, rios, florestas e de tudo que aqui contraria o projeto santo de Deus, indo à beira do abismo, sendo a humanidade desafiada a sair da indiferença, de fazer sua parte, sem contar com outro caminho ou alternativa, não se dispensando o referencial e legado de Francisco de Assis, entre outros, o irmão fascinado por Deus e por suas criaturas.

    Foi Deus, autor da vida, que quis que seu Filho Primogênito, médico dos corpos e das almas, assumisse nossas enfermidades e todos os males contidos no mundo, para nos socorrer na hora das provações; também santificar e confortar as pessoas na experiência da angústia e da dor. É a nossa parcial bondade que clama pela existência da bondade infinita. O nosso poder relativo vocifera ou conclama pela existência da onipotência. A nossa humanidade grita pela divindade, na expectante confiança de que, pelo Espírito de Deus, se chegue à prometida vitória pascal. Amém!

    *Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).

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