Reflexão sobre a Liturgia da Palavra do 15º Domingo

    (Am,7,12-15) e (Mc6,7-13)

     Introdução: ser cristão ou discípulo de Jesus Cristo nunca foi fácil no passado. Hoje, não o é tampouco, e jamais o será no futuro. Temos consciência disso? Causa-nos medo? Como reagimos?

    1. Somos chamados e enviados: chamados para aprendermos, e enviados para testemunharmos, partilhando a palavra do Mestre. Ele chamou os que Ele quis (Mc3,13), para permanecerem com Ele e enviá-los depois. Não deu aulas de religião. Mostrou-lhes, porém, como viver e agir. Ouviram. Viram. experienciaram as grandes alegrias e angústias do Mestre. Fizeram a experiência da ressurreição e da vinda do Espírito Santo, mais tarde. Foram transformados e realizaram com a graça Dele, a maior e melhor revolução moral do mundo: pela palavra e pelo testemunho do amor. O mundo começou a se converter para Cristo. E hoje? O que acontece? Respondei-me vós.
    2. Jesus os enviou. Aliás, Ele próprio foi enviado, o que aceitou, amorosamente. O Pai não queria mais sacrifícios e oblações, como na antiga Lei. Deu-lhe, por isso, um corpo. Ele então disse: “Eis-me aqui, para fazer a tua vontade, ó Pai”. (cf Hb10,5-10). Trouxe um Apresentou um projeto: edificar o Reino de Deus. Ele repassou este projeto para os apóstolos dizendo: ide fazer discípulos meus, todos os povos. (Mt28,19). Eles a assumiram. No entanto, para torná-la mais ágil, integrou nela São Paulo. Pelo bom combate de todos, pelo testemunho e até pelo martírio dos mesmos, converteram o mundo. Convenceram- no da grandeza do Reino de Deus.
    3. Como os enviou? Dois a dois. Não individualmente, mas em espírito de comunhão. Unidos, coube-lhes edificar o Reino de Deus: Reino de amor, justiça, paz, solidariedade e Não os mandou construir igrejas e templos. Nada contra. Frisou, no entanto, o objetivo maior: fazer discípulos, todos os povos, anunciando-lhes a boa nova e batizando-os depois. Repito: Não mandou dar aulas de religião, mas levar a Boa Nova da salvação para todos os filhos e filhas de Deus. Ele os quis como irmãos: solidários para o Reino. Acentuo, uma vez mais: o Reino de Deus se constrói pelo testemunho, pelo respeito mútuo, e pela comunhão fraterna.
    4. O que lhes deixou?
      • O exemplo de sua vida: buscar com a graça do Espírito Santo a glória e o louvor do
      • Autoridade de representá-lo, na vivência, da missão. Eram, agora, apóstolos. Enviados. Formados para amar e agir, em seu nome, valendo-se da autoridade recebida, para expulsar espíritos maus, curar enfermos e assim vencer as forças do mal, proporcionando alegria e salvação a todos, os de boa
      • O que recomendou?
        • De não levar nada, pelo caminho: nem dinheiro nem pão, pois deveriam ser acolhidos, por aqueles, a quem se Cabia-lhes confiar, no Pai Celeste, ou melhor, na Trindade e também nos irmãos, pois, quem levar Cristo, aos outros, deles receberá o necessário.
        • Então o que fazer? Transmitir a Boa Nova, levando somente, um cajado, mais para se defender do que para atacar.
        • O que mais? Servir-se de túnica e de sandálias, apenas. Jesus, certamente, sabia que os tempos e a cultura haveriam de mudar. Não queria, então, que os discípulos se adaptassem? Queria, sim, pois, adaptar-se é lei Contudo, nunca, poderiam perder a simplicidade, o espírito de pobreza e o de servir com amor. De ir ao encontro de todos, levando a riqueza do Reino de Deus, e não, a deste mundo. Desejava homens e mulheres de sensibilidade, de misericórdia e de solidariedade. Em resumo: que fossem semelhantes a Ele.
        • Pregar a conversão: a Deus, como filhos e aos outros, como irmãos. Ninguém, portanto, poderá entrar no Reino de Deus, sem mudar de vida: sem converter-se.
        • Em tempo. Levar sempre a felicidade de viver e de servir com amor. A estas premissas, ninguém haverá de
    1. Para Com quem, então, nos identificamos mais? Com Amós, ou Amazias, da Primeira Leitura? Amós foi profeta e pastor: homem de Deus. Amazias era sacerdote: um vendido. Vivia dos favores do Rei e dos salários recebidos. Era funcionário e não mais, um enviado de Deus. Corrompera-se.

     

    Dom Carmo João Rhoden, SCJ

    Bispo Emérito de Taubaté, SP

    Presidente da Pró-Saúde

     

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