OUTRO DEFENSOR ESTARÁ SEMPRE CONVOSCO

    A liturgia deste domingo já orienta nosso olhar para a festa de Pentecostes, dado que acentua a obra do Espírito Santo na comunidade dos cristãos. Jesus promete claramente a vinda do Espírito divino para estar conosco para sempre (Jo 14, 5-21). Cristo com sua partida, ou pelo menos com sua ausência sensível, poderia, de fato, nos fazer sentir abandonados, órfãos como que entregues a nós mesmo e distantes ante palavras e gestos colocados no passado. Jesus, porém, nos convida a acolher o dom do Pai, isto é, o Espírito Santo derramado em nossos corações como o grande defensor, o protetor de nossa fé e o pedagogo para nossa vida espiritual. Deste modo, de uma certa maneira, o que não nos deixa jamais sozinhos e de outra parte em nos guarda nele como nosso defensor e enfim a nos ampara nele como nosso mestre espiritual. É desta maneira de estar conosco que o Espírito Santo poderá derramar seus sete dons para acabar a obra do Pai realizada por Jesus: dom da sabedoria, do conselho e da fortaleza, dom da inteligência e da ciência, dom da piedade e do temor do Senhor. Através dos tempos vivemos na Igreja toda uma renovação espiritual em torno do  Espírito Santo para lhe dar o lugar na vida da Igreja e da vida espiritual dos cristãos. Note-se em 1938 a obra do jesuíta Pe. Victor Billard, que escreveu sobre o Espírito Santo, obra  intitulada “Ao Deus desconhecido”. Depois toda uma preparação da celebração do concílio Vaticano II e a renovação carismática. Tudo isto nos levou a uma profunda relação com o Espírito divino como o autor central de nossa vida espiritual, como  hospede interior, nosso mestre espiritual, que incrementa nossa fé, esperança e caridade. Em uma relação pessoal e íntima com Aquele que já quando na preces nós temos o tempo da escuta, nós criamos o espaço que O permite agir em nós. Entramos assim num diálogo com aquele que faz de nosso corpo seu Templo, ou seja, o lugar do encontro e da celebração, aquele que habita no mais íntimo de nós mesmos e deseja  nos transformar inteiramente. O batismo e a confirmação nos dispõem de maneira permanente a esta escuta e a um diálogo com o Espírito para nos deixar agir por Ele. É assim por esta obra do Espírito em nós que a vida das palavras de Jesus se tornam atuais e sempre novas para cada um de nós e para toda sua Igreja. Sem Ele nossa vida religiosa e espiritual não seria senão uma mera comemoração de um passado que se foi, mas com Ele tudo se faz atual e novo e Ele nos orienta para a plena realização das promessas das quais a ressurreição de Jesus constitui a garantia. Eis porque Jesus nos diz: “Dentro em breve o mundo não me verá mais (porque não recebeu o  Espírito Santo), mas vós (que O haveis recebido) vós me vereis vivo e vivereis também”. Eis, portanto, bem o cerne da relação com Deus, da vida com Deus, vivendo sua palavra, portanto, não somente O conhecendo mas nele vivendo. Peçamos então ao Espírito Santo que venha nos iluminar, nos ensinar a assim bem viver no amor do Senhor. Trata-se, porttanto, da participação da plenitude divina. Incorporados em Deus, sob o influxo do Espírito divino, nós Estaremos imersos na fonte da vida de Deus que habita em nos. Eis porque nós não obstantes nossas misérias, podemos e devemos estar em tertúlia contínua com o Senhor. Eis a maravilha que opera em nós o estado da graça santificante. Jesus foi claro: “Aquele que recebeu os meus mandamentos e lhes resta fiel, é aquele que me ama; e Aquele que me ama meu Pai o amará, eu também o amarei e me manifestarei a ele (Jo 14,21). Deste modo o cristão vive na presença de Deus. Não há, deste modo, lugar para outros desejos ou pensamentos que nos façam perder tempo e nos impeçam de fazer a vontade divina. A presença de Deus em nossa vida nos ajudará a descobrir e a realizar neste mundo os planos que a Providência nos destinou. O Espiritado Senhor suscitará em nossos corações iniciativas que colocaremos no princípio de todas as atividade humanas. Seremos assim verdadeiros filhos de Deus e nos sentiremos seus amigos em todo o lugar e instante, em todas as circunstâncias de nossa vida. Toda a luz e todo o fogo da vida divina se expandirá sobre o cristão que está assim disposto a receber o dom da habitação divina. Trata-se de penetrar na frequentação contínua da Trindade Santa, pois o Divino Espírito Santo está em nós. O cristão traz em em si mesmo esta grandeza infinita conforme mostra a religião verdadeira. Uma vida cristã é estar conectada no Espírito divino. Vê-se bem então forças sobrenaturais entro de nós. Além disto, é este Espírito que nos defende de todas as formas de realidades terrestres. Eis ´porque se vê na História da Igreja o número de perseguições que têm por fim fim impedir a vida espiritual. A própria interdição dos cultos públicos é uma maneira de destruir a vida espiritual.

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