Pe. Luiz Roberto Teixeira Di Lascio
Quando chega o Natal, tudo se transforma. Acontece uma misteriosa sintonia entre o Universo e os seres humanos. É como quando a chuva que chega em tempo de seca… Como quando o vento que sopra vai levando para longe as impurezas do ar.
O Natal é uma luz de Esperança. O espírito natalino vai semeando no ar uma aura de cores e luzes, que enfeitam as ruas, praças e avenidas das cidades… Desenhos, alegorias, enfeites mil… Os mais criativos….
Há uma aura do Bem que perpassa os ares e por onde passa vai deixando rastros luminosos de felicidade e esperança. Olhos atentos, corações abertos, os seres humanos contemplam admirados todo esse visual e não deixam de sentir lá no seu íntimo um indisfarçável desejo de abraçar o Bem e ser feliz…
Esse encantamento do Natal está ligado a uma Figura, um Nome que está acima de todo o nome e quando pronunciado cria um quê de magia, de mistério, que transforma mentes e corações e desperta no ser humano a compaixão, a afabilidade – no rotineiro da vida tão esquecidas, porquanto não muito exercitadas.
“Porque nasceu para vós um menino! Um filho nos foi dado! Ele traz nos ombros a marca da realeza, e assim haverá de ser chamado: Conselheiro Admirável, Deus Forte, Pai dos Tempos Futuros, Príncipe da Paz” (cf. Isaías 9, 5). A história dos homens o conhece e o chama pelo nome de Jesus!
O encantamento que virou uma aura de mistério, essa paixão que leva ao abrandamento do coração humano, devolvendo-lhe o exercício da compaixão, paz e perdão, enfim, toda essa magia do Bem é gerada pelo clima do aniversário desse Filho que nos foi dado…
O Mundo depõe as armas, despoja-se do egoísmo e passa a enxergar tudo a partir dos olhos e do coração do Menino da Manjedoura de Belém que, nos fitando, nos ama e com os seus bracinhos nos acolhe no coração do Pai e nos embala na ternura da Mãe.
O Natal é a festa dos corações que se amam e se deixam impregnar pelo fascínio do Bem… Somos movidos e motivados pela Bondade Divina, para ir pelos lugares, os mais humildes e esquecidos e levar alimentos, cestas de natal, brinquedos, agasalhos, donativos para tantos irmãos nossos, marginalizados injustiçados, e que, como nós estão seguindo a Estrela que aponta onde está o Pequeno Rei que acaba de nascer … Todos à procura da manjedoura de Belém onde está reclinado o Menino Lindo Jesus.
Daqui se tira a conclusão de que tanto quem dá, quanto quem recebe acaba se encontrando com Jesus. “Quem acolher um desses pequeninos é a mim que acolhe e acolhe quem me enviou. Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a Mim mesmo que o fizestes.” (cf Mateus 25, 40).
Natal é a renovação da aliança de amor que Deus que fez conosco, quando recebemos a vida. A vida é um presente de Deus, que recebemos como prova do Seu amor. Celebrar o nascimento de Jesus é celebrar o nosso nascimento… É procurar, apesar de tudo, ser grato pela vida. O Verbo se fez carne humana e veio habitar no meio de nós, veio para nos dizer o quanto a vida tem valor e o quanto somos amados pelo Pai de Jesus.
Ele nos amou primeiro e fez e fará de tudo para que sejamos felizes. E isto somente será possível no nosso empenho ardoroso para a construção de um mundo cada vez melhor, mais humano, fraterno, solidário nas causas da defesa da vida e na edificação da civilização do amor.
Natal feliz é Natal com Jesus Cristo. Faça deste Natal um recomeço da sua vida, a partir da fé e da esperança… E que a manjedoura do seu coração seja o lugar onde Menino Jesus repousará e o encherá de paz, saúde e amor.
Pe. Luiz Roberto Teixeira Di Lascio
Assessor da Pastoral Carcerária
Arquidiocese de Campinas – São Paulo
