COM NOVA COMPOSIÇÃO, COMISSÃO DE BIOÉTICA DA CNBB SE REÚNE EM BRASÍLIA

A Comissão Especial de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reuniu-se, nesta quarta-feira, 2 de agosto, na sede da entidade, em Brasília (DF). O colegiado está com nova formação e pôde projetar o trabalho do quadriênio, sob as orientações do bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, e o referencial da comissão, dom Reginei Modolo (dom Zico), que é bispo auxiliar da arquidiocese de Curitiba (PR).

Organizada no contexto da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, a Comissão de Bioética tem a missão de assessorar a Conferência nas questões relacionadas à defesa, ao cuidado e à promoção da vida, mas também ser uma instância formativa e propositiva por meio do Serviço à Vida da Pastoral Familiar.

“Temos a clareza de que a importância está em promover, defender e cuidar da vida. Um horizonte amplo que devemos olhar a vida: onde ela se encontra ameaçada, essa comissão deve se manifestar, alertar e propor caminhos para concretizar ainda mais o Evangelho da Vida, onde o próprio Senhor diz ‘Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância’”, disse dom Zico. 

O encontro foi oportunidade de dom Ricardo apresentar a estrutura da CNBB e as competências do grupo, que agora conta com juristas e agentes da Pastoral Familiar.

A Comissão Especial de Bioética tem uma lista de demandas emergentes para tratar, são temas complexos, difíceis, mas a nova composição traz profissionais, pesquisadores, cientistas e pessoas que vão contribuir de forma significativa, não para a resolução de problemas, mas para trazer reflexão, lucidez, o diálogo interdisciplinar, o uso da razão e também a perspectiva da fé”, contextualizou dom Ricardo. 

Trabalho conjunto

Segundo o secretário-geral da CNBB o objetivo é, em continuidade com a gestão anterior, integrar o trabalho da Comissão de Bioética ao das 12 comissões episcopais, que trabalham em nível pastoral, num “trabalho orgânico, conjunto e em unidade”.  

O trabalho, segundo dom Ricardo, será no mesmo conjunto de diretrizes: as Diretrizes Gerais da CNBB, as perspectivas do Sínodo da sinodalidade e um trabalho em prol da evangelização de toda a Igreja do Brasil.  

Em sua exposição, o secretário-geral da CNBB e ex-presidente da Comissão de Bioética defendeu a dimensão do Serviço à Vida como base do trabalho, tendo em vista as ações de promover, defender e cuidar da vida desde a concepção até o fim natural, tendo presentes os valores da sacralidade, da inviolabilidade e da dignidade da vida humana.

As ações também devem ter a perspectiva propositiva, não apenas um discurso de defesa, mas de promoção com destaque às iniciativas como hospitais, casas de cuidados, a adoção, como destaca a nova membro do colegiado Dra. Ângela Vidal Gandra Martins, que é jurista e advogada, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e ex-secretária nacional da Família do Governo Federal.

“Há vários aspectos positivos que a gente pode trabalhar para que a vida chegue à sua plenitude, desde a concepção e depois toda a sua projeção. Nós queremos concentrar não só na defesa, mas o positivo, a grandeza da vida, o que a sociedade pode fazer pela vida, por exemplo através da adoção, os cuidados prematuros, a solidariedade intergeracional. Então, são argumentos positivos sociológicos que a gente pode trazer para o contexto de forma positiva para que as pessoas descubram a grandeza da vida”.

O novo assessor da Comissão, padre Tiago Gurgel do Vale, destaca que a Comissão pretende, ao longo dos próximos anos tratar de temas que falam do início da vida, como questões relacionadas ao aborto, à reprodução humana assistida; assim como temas relacionados ao fim da vida, como a questão da eutanásia, distanásia, mistanásia; e também temas relacionados à juventude, como a questão do uso abusivo de drogas e dependência química, “dentre outros aspectos que colocam em risco a vida humana”.

 

Fotos: Luiz Lopes Jr/CNBB

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