Uma alegre esperança

    As leituras do terceiro domingo do Advento, em que coincidem com a normativa do Papa Francisco de se abrir precisamente nesse dia as portas das misericórdias nas catedrais e santuários de todo o orbe, nos falam da necessidade de vivermos o Advento real, aqui e agora, em nossas vidas. O Natal já está próximo e preparar nossa comunidade, nossa família e nossa própria pessoa para essa celebração exige certa dedicação e atenção.
    As duas primeiras leituras nos falam de uma atitude fundamental para o período do Advento: a alegria. A leitura de Sofonias começa com um convite para que levantemos a cabeça e o coração: “Solta gritos de alegria, filha Sião! Solta gritos de júbilo, ó Israel!” Há uma razão fundamental para que possamos desfrutar dessa alegria. Como disse o mesmo profeta: “O Senhor revogou a sentença pronunciada contra ti… Ele exulta de alegria a teu respeito”. E termina com a única conclusão possível: “O Senhor te renova o seu amor.” O que se aproxima, o que iremos celebrar dentro de alguns dias é o começo da história de nossa libertação definitiva de tudo quanto nos oprime, nos aprisiona e não nos permite sermos pessoas. O que nos liberta é precisamente esse amor que Deus tem por nós. A segunda leitura incide na mesma ideia. São Paulo pede aos filipenses, e também a nós, que estejamos alegres no Senhor. Podemos confiar totalmente nele. Nada há de nos preocupar e a paz de Deus habitará em nossos corações. A razão continua sendo a mesma: o Senhor está próximo e a nossa libertação vem a caminho. Essa é a verdadeira e mais profunda razão para a alegria do cristão.
    O Evangelho nos oferece outra perspectiva da mesma realidade. A alegria se expressa no anúncio da Boa-Nova da salvação realizado por João Batista. Mas a acolhida dessa notícia não pode nos deixar indiferentes, pois há consequências para nossa vida. Assim como os que escutavam João Batista lhe perguntaram o que deviam fazer, hoje também nós podemos fazer a mesma pergunta. A resposta de João não foi igual para todos. João levou em consideração as diversas situações de cada pessoa. A alguns pediu para compartilharem aquilo que tinham, a outros, para praticarem a justiça e a outros, para não causarem nenhum mal a quem quer que fosse e não abusarem de seu poder. Agora nos cabe observar com atenção nossa vida e perguntarmos o que temos de fazer. Talvez a resposta não seja a mesma para todos. E caberá a cada um ser honesto e aplicar sua resposta a sua própria vida. Em qualquer caso, é preciso saber da urgência de fazê-lo porque aquele que nos “batizará no Espírito Santo e no fogo” já está próximo. Nossa alegria não pode acontecer se não houver verdadeiramente uma mudança, uma verdadeira conversão. Se acolhermos a Boa-Nova no coração, ela transformará a vida e nos auxiliará a descobrir a verdadeira satisfação: “Aquele que vem é aquele que nos ama.”
    Que saibamos unir nossa ação a essa reflexão. Vamos transpor a porta da misericórdia e sejamos mais compassivos e generosos neste ano jubilar da graça de Deus!

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