Amados irmãos e irmãs,
Hoje celebramos a festa do Batismo do Senhor, um marco no início de sua vida pública. No Evangelho segundo São Lucas, vemos João Batista preparando o caminho para aquele que é “mais forte” do que ele, anunciando a vinda de Jesus, que batiza com o Espírito Santo e com fogo.
A narrativa de Lucas nos convida a contemplar três aspectos fundamentais do Batismo do Senhor:
Jesus, o Filho de Deus, não precisava de batismo para o perdão dos pecados, mas escolheu se colocar na fila dos pecadores. Esse gesto revela sua profunda solidariedade com a humanidade. Ele desce às águas do Jordão para nos elevar à vida nova. Aqui, aprendemos que a humildade é o caminho para a comunhão com Deus e com os irmãos.
No momento em que Jesus reza após o batismo, os céus se abrem, o Espírito Santo desce sobre ele em forma corpórea, como uma pomba, e a voz do Pai declara: “Tu és o meu Filho amado; em ti ponho o meu bem-querer”. Esse é um dos momentos mais claros da manifestação da Santíssima Trindade nas Escrituras. O Pai confirma a missão do Filho, e o Espírito Santo o unge para sua obra redentora.
O Batismo de Jesus não foi um fim, mas o início de sua missão de anunciar o Reino de Deus. Da mesma forma, nosso batismo é o ponto de partida para vivermos como discípulos missionários. Somos chamados a testemunhar o amor de Deus no mundo, sendo sinais de justiça, paz e misericórdia.
As leituras de hoje também nos ajudam a refletir sobre as consequências do batismo. Isaías anuncia a consolação e a salvação que vêm de Deus, enquanto a carta a Tito nos lembra que fomos salvos “não por causa dos atos de justiça que tivéssemos praticado, mas por sua misericórdia, mediante o banho da regeneração e renovação pelo Espírito Santo”.
Portanto, nesta celebração, renovemos o compromisso assumido no nosso batismo. Que a graça do Espírito Santo nos impulsione a viver como filhos e filhas amados do Pai, levando adiante a missão de Cristo. Hoje, de maneira especial, queremos rezar pelos nossos pais que nos deram a graça do batismo e nos fizeram católicos, filhos de Deus e da Igreja. A eles e a nossos padrinhos nossa eterna gratidão!
Que Maria, a Mãe de Jesus, nos ensine a dizer “sim” ao chamado de Deus, como seu Filho fez ao entrar nas águas do Jordão. Amém.
+Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)