Suspensão do segundo turno da eleição presidencial agrava crise política no Haiti

Alegando “razões de segurança”, o Conselho Eleitoral Provisório (CEP) do Haiti suspendeu, na última sexta-feira, 22 de janeiro, o segundo turno da eleição presidencial no país. A votação, inicialmente prevista para 27 de dezembro de 2015, já havia sido remarcada para este domingo, 24 de janeiro. Realizando diversas manifestações, ataques e tentativas de incêndio aos centros de votação, os haitianos protestam contra o que consideram um “golpe de Estado eleitoral”, que estaria sendo empreendido por processos fraudulentos e a ingerência estrangeira sobre os assuntos internos do país.

Os manifestantes reclamam ainda a renúncia do presidente atual, Michel Martelly, e do primeiro-ministro, Evans Paul, além da dissolução do Tribunal Eleitoral e a formação de um governo de transição, para que haja novas eleições. A população pede também a saída das tropas da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah) do país, cuja ação “humanitária” por mais de 10 anos estaria impedindo o país de recobrar sua soberania.

Após o anúncio do cancelamento do segundo turno presidencial, dois membros do CEP renunciaram ao cargo. O vice-presidente da entidade, Pierre Manigat Jr, mencionou compromissos assumidos anteriormente à sua designação como conselheiro. Outro integrante da instituição, Jaccéus Joseph, relatou, em carta dirigida ao presidente Martelly que não será cúmplice de eleições contaminadas por um déficit de credibilidade, que conduzirá o país a uma instabilidade política e à instalação de dirigentes ilegítimos.

No primeiro turno, em 25 de outubro do ano passado, o candidato do governo, Jovenel Moise (Partido Haitiano Tet Kale – PHTK), recebeu 32,76% dos votos, enquanto seu opositor, Jude Celestin (Liga Alternativa pelo Progresso e Emancipação Haitiana – Lapeh), obteve 25,29%.

Veja os vídeos com as manifestações nas ruas de Porto Príncipe.

Fonte: POM

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