Selos e fotos: a catedral primacial do Brasil em destaque após restauração

Em setembro de 2018, a arquidiocese de Salvador (BA) encerrou o período de 3 anos e 8 meses de espera para a reabertura das portas da Catedral Basílica do Salvador, a primeira basílica do Brasil. Nos meses que se seguem, são várias iniciativas para celebrar o reencontro do povo com a “Igreja Mãe” arquidiocesana e com as riquezas históricas restauradas no templo construído pelos jesuítas no século XVII.

Em fevereiro, a arquidiocese e os Correios lançaram selos comemorativos pela reabertura da catedral. Para o arcebispo de Salvador e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Murilo Krieger, o lançamento dos selos comemorativos marcou a alegria da arquidiocese de Salvador, e dos soteropolitanos, ao ver a Catedral Basílica reaberta: “Queremos agora, através dos selos, confirmar que a reabertura da Catedral foi um momento importante, um momento histórico, e nós nos alegramos de poder entregar esta Igreja ao povo, à comunidade. Os selos serão sempre uma lembrança daquele momento”.

Em outra iniciativa, a Pastoral da Comunicação de Salvador promoverá a Exposição Fotográfica “Uma Nova Catedral”, entre os dias 17 e 30 de março. A mostra é o resultado do mini-curso de fotografia realizado pela Pascom em 2018. Durante a formação, os participantes visitaram a catedral e fizeram os registros que vão compor a exposição.

Em artigo escrito no mês de outubro, semanas após a reabertura da catedral, dom Murilo comentou de sua “alegria especial” ao entrar no templo para presidir a primeira celebração após sua reabertura e destacou que uma das responsabilidades do bispo “é a de fazer com que os fiéis valorizem o patrimônio artístico, sacro e histórico da Igreja, pois tal patrimônio testemunha a fé e a sensibilidade artística dos antepassados”.

Pelo seu valor artístico, refletiu dom Murilo, a Catedral manifesta “a capacidade criativa de artistas, artesãos e mestres que souberam exprimir em cada detalhe seu sentimento religioso e a devoção da comunidade cristã”. A basílica conta com altar-mor, ornado 92 anjos; o altar do Santíssimo Sacramento, cujo acabamento é em prata e estava escondido por duas camadas de tinta; 13 altares laterais. Azulejos, entalhes dos altares em cedro, ouro e prata são outros materiais que fizeram parte da restauração, devolvendo a beleza ao templo.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) ainda ressaltou o “acervo de grande valor” na catedral basílica, “com telas de diversos autores seiscentistas, móveis em jacarandá e diversos objetos sacros em ouro e prata”.

Foto: arquidiocese de Salvador/Sara Gomes

Dom Murilo também destacou que a catedral basílica “exprime particularmente a sensibilidade e a espiritualidade dos filhos de Santo Inácio de Loyola, presentes nesta cidade desde seu início”. Na fachada da igreja, os nichos sob as portas representam Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier e São Francisco de Borja.

Para o arcebispo de Salvador, a Catedral testemunha, também, “o amor e o carinho dos restauradores, que demonstraram capacidade artística, em cada momento de seu trabalho. Estou convicto de que um restaurador é também, de certa forma, um criador, um artista”. Segundo o IPHAN, o trabalho de quase quatro anos foi realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por mais de 120 profissionais, que mesclou a utilização de técnicas e materiais tradicionais e contemporâneos.

 

 

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