Santíssima trindade

    A festa da Santíssima Trindade é a primeira festa litúrgica na retomada do Tempo Comum.
    O termo “Trindade” não aparece nem no Antigo, nem no Novo Testamento. Para a tradição bíblica, o que Deus é, Umo e Trimo, é dito narrativamente, isto é, na longa história da revelação de Deus ao seu povo. É na história, com suas vicissitudes e, sobretudo, na história de Jesus Cristo, que Deus se revela como Pai, Filho e Espírito Santo.
    O que Deus é, desde toda eternidade, o que Ele é desde o início só pode ser compreendido à luz da ressurreição de Cristo e da efusão do Espírito Santo.  O último na ordem da compreensão é o primeiro na ordem do ser, diz o axioma filosófico.
    Os quatro evangelhos, cada um a seu modo, apresentam a dificuldade dos discípulos de compreenderem os gestos e palavras de Jesus e de fazerem a experiência de que, em Jesus e por Ele, é que se chega à verdade plena, isto é, ao Deus que é, pois é Ele quem descortina o mistério de Deus. O Espírito Santo continua a missão de Jesus: “Quando vier o Espírito da Verdade…” A luz dada como dom do Ressuscitado permitirá compreender o que não era possível até então: “Tenho muitas coisas a vos dizer, mas não sois capazes de compreender agora”.
    No texto de São João, o Espírito Santo é apresentado como um hermeneuta (aquele que interpreta com precisão os textos sagrados): vos guiará em toda a verdade!, “dirá tudo quanto tiver ouvido”. O Espírito Santo fala por conta própria, pois Ele é um com o Pai e o Filho, vivem numa profunda comunhão.
    O Espírito Santo anuncia o que há de vir. O futuro do discípulo é a sua participação, não obstante a perseguição e a morte, na vitória de Cristo sobre o mal e a morte. É nessa esperança que a comunidade de fé é chamada a viver, pois “a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito, que nos foi dado”.

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