A Dimensão da Adolescência

    Desejara que não houvesse idade entre 16 e 23 anos, ou que a mocidade dormisse todo esse tempo.” Na peça Conto de inverno, escrita entre 1610 e 1611 pelo célebre escritor,  dramaturgo e ator inglês William Shakespeare, o personagem denomina os jovens de “cérebros ferventes”. Sua reação complexa típica dessa fase da vida revela que nada mudou ao longo do tempo. Os adultos, de certa forma, sentem muita dificuldade de compreender o comportamento dos adolescentes.

    A adolescência pode ser definida como uma das etapas do desenvolvimento humano que se caracteriza pelas mais complexas alterações psíquicas e sociais, sendo estas influenciadas pela época e cultura onde estão inseridas.

    No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, de 1990, considera criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos e define a adolescência como a faixa etária de 12 a 18 anos de idade (artigo 2o), e, em casos excepcionais e quando disposto na lei, o estatuto é aplicável até os 21 anos de idade (artigos 121 e 142).

    Os limites cronológicos da adolescência são definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 10 e 19 anos e pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre 15 e 24 anos. Tanto na pré-adolescência quanto na adolescência, é preciso considerar que o desenvolvimento de cada indivíduo é diferente.

    Segundo os especialistas, o cérebro não nasce pronto e só é “finalizado” a partir dos 20 anos, quando termina o processo que melhora seu processamento e velocidade. Uma das últimas áreas a ser terminada é a frontal, que controla impulsos e molda as perspectivas de futuro. Por isso, os adolescentes, por exemplo, costumam ser mais impulsivos, como explicou o médico psiquiatra Dr. Daniel Barros*. No entanto, dependendo da maneira que é utilizado, o cérebro pode ainda sofrer transformações – ou seja, quanto mais uso, melhor ele funciona.

    O que mais deseja o adolescente é ser amado, compreendido, respeitado, elogiado e motivado na sua vocação pretendida. Entender o adolescente é proporcioná-lo o bem-estar integral, ou seja, saúde física, emocional, mental, social e espiritual. Na dimensão da saúde integral, encontra-se a educação alimentar, exercícios físicos, esporte, lazer, hobby, jogos que fluem para o aprendizado, passear, brincar, ler, terapia e espiritualidade.

    As mudanças na adolescência são bem-vindas e articuladas em prol de seu progresso intelectual, familiar, gloriosas aspirações acadêmicas, profissionais, felicidade interior e felicidade na realização matrimonial. São acolhedoras com sabedoria e conhecimentos a ciência e a tecnologia para riqueza pedagógica e o tesouro da evolução do aprendizado na completude da dignidade humana.

    A Dimensão da Adolescência é a educação acolhedora no amor, na paz, na felicidade, na comunhão familiar, na terapia, na espiritualidade, na saúde emocional, no deslumbre da arte criativa e na construção de um futuro vitorioso.

    Prof. Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.

    Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.

    Especialista no Ensino de Filosofia e Sociologia pelo Centro Universitário Dr. Edmundo Ulson – Araras-SP.

    Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).

    FONTE E REFERÊNCIAS:

    *Daniel Barros é professor colaborador do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e médico do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da FMUSP. Coordenador médico do Núcleo de Psiquiatria Forense (Nufor) do IPq e pesquisador do Laboratório de Neuroimagem em Psiquiatria da FMUSP(LIM21) / Núcleo de Apoio à Pesquisa em Neurociência Aplicada (NAPNA).

    chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://cdn.publisher.gn1.link/adolescenciaesaude.com/pdf/v2n2a02.pdf

    WHO, World Health Organization. Young People´s Health – a Challenge for Society. Report of a WHO Study Group on Young People and Health for All. Technical Report Series 731. Geneva: WHO, 1986.

    Tanner JM. Growth at Adolescence. 2 ed. Oxford: Blackwell, 1962.

    BRASIL. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: Ministério da Justiça, 1990.

     Eisenstein E. Atraso puberal e desnutrição crônica. 1999. Tese de Doutorado – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

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