Relicário contém gotas de sangue do Papa polonês
Segundo o Vatican News, o crime teria acontecido na quarta-feira, 23 de setembro. O desaparecimento do objeto sagrado foi percebido pela sacristã, que deu falta do relicário quando foi fechar a igreja. O material ficava guardado e era venerado na Capela do Crucifixo, dentro da catedral.
A Polícia já foi acionada e os investigadores vão analisar as imagens do circuito de câmeras de segurança da igreja.
O arcebispo de Spoleto-Norcia, dom Renato Boccardo, pediu para que a relíquia “ex-sanguine” seja devolvida. Em uma videomensagem, ele afirmou que o furto “é um ato grave, que fere a sensibilidade e a devoção de muitas pessoas”. Dom Boccardo acrescentou: “Também espero que este ato imprudente não tenha sido feito com fins lucrativos”.
A relíquia foi doada à igreja de Spoleto em 2016 pelo arcebispo emérito de Cracóvia, cardeal Stanislaw Dziwisz (que foi secretário do Papa polonês) e seria transferida para a nova igreja de São Nicolau (dedicada a São João Paulo II) no próximo mês.
Outros furtos de relíquias na Itália
Os roubos e furtos de relíquias católicas têm sido tristemente frequentes na Itália e, em sua grande maioria, são cometidos basicamente por duas motivações: ou para pedir resgate em dinheiro ou para profanações em rituais satânicos.
Alguns casos que repercutiram
- Em junho de 2017, foi furtada uma ampola com os restos do cérebro de São João Bosco preservadas como relíquia na basílica de Castelnuovo d’Asti, norte do país. A polícia italiana conseguiu recuperar o relicário, que havia sido furtado por um homem de 42 anos, com antecedentes criminais, que pretendia vender o relicário. Ele achava, erroneamente, que o relicário fosse de ouro maciço;
- Ainda em 2017, ladrões que se passaram por visitantes furtaram do altar maior do santuário italiano de Monte Castello algumas relíquias que incluíam o sangue do Papa São João Paulo II e fragmentos de um osso do Beato Jerzy Popiełuszko, sacerdote polonês assassinado em 1984;
- Em 2014, já tinha sido furtada outra ampola de cristal contendo sangue de São João Paulo II. Esta relíquia acabou sendo recuperada porque, não tendo grande valor de mercado, os ladrões a abandonaram num terreno baldio;
- Em 2011, São João Bosco já tinha tido outra relíquia furtada: ladrões levaram o seu dedo, que estava preservado em uma igreja de Alassio, em Gênova;
- Em 1991, tinha sido a vez de Santo Antônio de Lisboa e Pádua. O chefe mafioso Felice Maniero tinha ordenado o crime para pressionar o Estado italiano a libertar um familiar do presídio.
Com informações de Vatican News