Rei da paz será chamado

    Nascimento do Menino Jesus: tão pequeno na gruta de Belém. Ele, que entrou no mundo como uma criança frágil, viveu na sociedade de seu tempo sendo filho de Maria de Nazaré e do carpinteiro José, querendo, evidentemente, desmanchar a montanha do orgulho e do egoísmo, amparado pela simbologia do manto da paz, da justiça, da ternura e da solidariedade, falando-nos ao interior do coração humano, como assevera tão bem o Papa Francisco: “A verdadeira riqueza não está nas coisas, mas no coração”.
    Estamos, alegremente, comemorando o Natal! É claro que no coração das pessoas a estribaria concreta de hoje, com suas angústias, misérias, solidão e sofrimento de toda natureza, o Deus Menino quer nascer. Na Belém de outrora, em uma cidade pequena, nasceu uma pobre criança, aliás nem nasceu na cidade, e sim no campo, como tão bem sabemos, em um lugar humilde, entre animais e pastores. Ele que veio para dar a vida por suas ovelhas, chamando atenção para uma realidade, antagônica e ao mesmo tempo misteriosa: nasceu durante a noite, na escuridão, mas na condição de luz ou estrela da humanidade. O que nos conforta enormemente é saber que Nosso Senhor Jesus Cristo não veio para os sãos, mas para os enfermos, e Ele conhece quais são as enfermidades de nosso corpo, coração e alma.
    O Filho de Deus entra no mundo para que as pessoas percebam, do mais  íntimo do íntimo, que a sua missão é misteriosa e divina. É o Verbo de Deus que se encarnou e veio se estabelecer entre nós (cf. Jo 1, 14). O convite que Ele nos faz é de “participar da divindade daquele que uniu a Deus nossa humanidade”, manifestando-se como luz a iluminar todos os povos no caminho da salvação, na inefável “troca de dons entre o Céu e a Terra”. Temos consciência do ambiente nem sempre favorável, nas palavras do Sumo Pontífice, que faz-nos pensar: “O grande risco do mundo atual é a tristeza individualista que brota do coração mesquinho”.
    O que o mundo propõe não deve ser causa de alegria. Alegria de verdade encontramos no Evangelho como uma palavra de ordem: “Eis que eu anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo”. E qual é mesmo a alegria no sentido mais profundo? “Nasceu-vos hoje na cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor” (cf. Lc 2, 10-11). A nós, católicos, cabe exultar e, ao mesmo tempo, contemplar associados aos anjos, que povoaram os céus naquela noite feliz e memorável, no indizível e misterioso coro: “Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade”.

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