Quarto domingo do tempo comum

             Estamos celebrando o Quarto Domingo do Tempo Comum. O Senhor nos convida para celebrar o Mistério da Eucaristia e para repassar-nos os ensinamentos de sua Catequese: Mistério do Pão e da Palavra! Palavra que ilumina e Pão que alimenta cura e sustenta! O convite deste Domingo é para os pobres da terra; pois, os ricos têm palavras de sobra e que não sustentam e nem salvam! Diz o Senhor: “Buscai o Senhor, humildes da terra (…). Deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres (…). E no nome do Senhor porá sua esperança, o resto de Israel!”.

             Na primeira leitura – Sf 2,3; 3,12-13 – as lideranças de Israel ficavam discutindo qual seria a melhor aliança – com o Egito ou com a Síria… E esqueciam a Aliança com Javé! Os “pobres da terra”, aqueles que haviam perdido o seu pedaço de terra, apelavam para Javé, seu Deus e Senhor! Os pobres são o Povo de Deus!

             Na segunda leitura – 1Cor 1,26-31 – o Apóstolo Paulo fundou e organizou a Comunidade de Corinto depois de ter sido rejeitado pelos “sábios de Atenas”. Homens que passavam o tempo discutindo teorias filosóficas. Cristo, para estes, era insignificante! Não pagava a pena escutá-lo! Os portuários, habitantes de Corinto, não eram ricos e nem santos, mas foram eles que acolheram a Palavra anunciada pelo Apóstolo Paulo. Falou de um deus que morreu crucificado como um escravo, mas que ressuscitou e prometeu a vida eterna àqueles que o seguissem pelos caminhos da vida! Quem salva não é a sabedoria dos filósofos, nem a riqueza (quase sempre mal adquirida) dos poderosos, mas a Palavra e o Sangue de Jesus que nos lava do pecado e nos restitui a vida divina!

             O Evangelho – Mc 5, 1-12 a – apresenta o Sermão da Montanha, introduzido pela proclamação das bem-aventuranças, é o programa do Reino dos Céus já presente entre nós. Elas constituem as virtudes de Jesus.  Segundo Santo Agostinho, uma regra perfeita de vida cristã. Nas bem-aventuranças encontramos valores universais, que podem ser entendidos e acolhidos por todos. As bem-aventuranças são o caminho concreto para a transformação deste mundo em um mundo de fraternidade, justiça e paz.

             O Evangelho deste domingo nos traz o Sermão da Montanha. Falar dele em poucas palavras é uma missão bem difícil para mim, já que eu olho para ele e vejo uma grande lição em cada versículo.  Sempre que o Sermão da Montanha é mostrado nos filmes, Jesus está andando pelo meio da multidão e falando bem alto. Jesus olhou para a multidão, subiu o monte em silêncio, e sentou. Os discípulos se aproximaram e sentaram perto d’Ele. Foi então que Jesus abriu a boca e começou a ensinar-lhes. Então se os discípulos estavam perto, não havia por que falar alto! Foi uma “aula particular” para os discípulos, e que deve ter sido bem mais extensa do que as poucas linhas que ficaram registradas no livro de Mateus.

    Jesus, o Divino Mestre, sobe à Montanha e ensina à multidão dos empobrecidos, que perderam suas terras e sofriam fome e enfermidades, consequências do desemprego e da prepotência dos poderosos: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus”! Bem-aventurados os aflitos, os famintos, os puros de coração e os perseguidos… alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus!

             As Bem-Aventuranças, proclamadas por Jesus no alto da montanha, são o caminho régio da Salvação para todos os seus discípulos! Sua leitura é oportuna e necessária. É um espelho, no qual podemos verificar se somos ou não de Jesus! Não vivamos embalados no sono da suposta infinita misericórdia divina. O amor misericordioso de Jesus é real, mas é sério e empenhativo.

             Bem-aventurados os pobres… porque deles é o reino dos céus! E os pobres a quem Jesus se refere são os empobrecidos pela ganância dos poderosos e pela sobrecarga de impostos civis e religiosos, que sufocavam pela fome de fome e pela doença os mais enfraquecidos! O profeta Sofonias fala dos pobres da terra! E hoje, quem seriam os “Bem-aventurados de Jesus”? Será que eu e você, irmão e irmã, estaríamos entre os bem-aventurados de Jesus?

             Jesus revela aos pobres o Caminho da Salvação – um caminho que renova o homem por dentro, recria-nos à sua imagem e semelhança e faz-nos viver na sua Luz afastando-nos das trevas do pecado e da corrupção! O pecado não é uma teoria, um nome de coisa errada. Pecado é morte da vida divina que o Sangue de Jesus nos conseguiu com sua morte na cruz!

             Que possamos a cada dia vivermos as bem-aventuranças. Sendo a cada dia felizes em busca do cumprimento da Palavra de Deus e sendo os seus porta-vozes neste mundo.

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