4º Domingo do tempo comum: O Evangelho das bem-aventuranças (Mt 5,1-12) 29/01/2023

    Textos referenciais: “Felizes os pobres de coração: deles é o Reino dos céus”. (Mt 5,3) “Felizes os que são perseguidos, por agirem retamente: deles é o Reino dos céus”. (Mt 5,10)

    O discurso das bem-aventuranças, faz parte do grande sermão da montanha. (Mt 5-7) 1.1 Da montanha (Mateus); da planície (Lucas 6,20-26). É preciso entender a pedagogia dos evangelistas. Para Mateus, Jesus é o novo e verdadeiro Moisés: é o definitivo legislador, dele emana o novo modo de ser, pensar e agir de todos os povos e não apenas de Israel. Jesus falou para todas as culturas e religiões, para todas as nações. Deve ter apresentado, em ocasiões diferentes, o conteúdo que Mateus enfaixou nos capítulos 5º a 7º, derrubando todas as barreiras e desfazendo as separações e divisões: sua mensagem é universal e definitiva. Para Lucas, o ensinamento de Jesus acontece na planície. Os que não conhecem a psicologia bíblica, discutem o “onde” Jesus falou. Para os autênticos discípulos, isso não conta, pois lá onde, vivemos, devemos cumprir com o ensinamento de Jesus fiel e amorosamente.

    Felizes os pobres de coração (em Espírito), porque deles é o Reino dos céus. Notemos bem: O verbo está no presente, como no versículo 10º. Nos outros versículos, está no futuro. 2.1 Ninguém é feliz, porque é pobre, mendigo ou miserável. É absurdo, desproposital. A comunidade que Jesus quer é aquela que ouve, corresponde e onde não há indigentes (At 4,34). Aliás, só Deus é mesmo rico, dono de tudo e Senhor de todos, mas partilha todas as coisas, com os homens e mulheres. ( Gn 1,27-29) Não cobra aluguel, nem o uso da energia do sol, ou da água, nem o oxigênio, que todos os dias inspiramos. Jesus quer que seus irmãos, não sejam gananciosos, apegados às riquezas, prepotentes, poderosos, mas que se valham do poder e das riquezas, para o bem de todos. Pobre em Espírito é então, quem sabe partilhar, dividir, servir, lutando pela felicidade de todos, não apenas a dos grupos. Ser desapegado, é por isso, exigência para todos os filhos de Deus. É fácil? Não. Jesus não trabalha com conceitos de facilidade ou dificuldade, mas com os do amor, da justiça ou da conversão, para o discipulado.

    Bem-aventurados os perseguidos por agirem retamente… Não é fácil ser cristão. Há um preço a ser pago, pelos que se decidem seguir Jesus Cristo. É claro que os que desejam ou querem uma sociedade diferente da existente, onde dominam os fortes, ricos e poderosos. A ninguém agradam, prepotências e injustiças. Os opressores não abraçam os valores do Reino de Deus. Haverá, por isso, muitas vezes, repressões e muito sofrimento. Afirma F. Armelini que a única força capaz de vencer a espiral da violência, é o amor, o perdão, e estes não são cultivados pelos violentos.

    É fácil rir, fazer festas, mas não é tão fácil, ser feliz. Contudo, todos nós queremos sê-lo. No entanto, somente os que vivem o Evangelho com seus valores, alcançarão a felicidade eterna. Não sem razão, Lucas fala em 4 bem-aventuranças e 4 mal aventuranças (Lc 6,20-26). Não analisei todas as bem-aventuranças, pois são 8 na realidade: era suficiente ressaltar a visão cristã da convivência, ou seja, da sociedade. Já, fizemos nossa opção? Feliz reflexão.

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