Santa Bernadete Soubirous viveu tempos difíceis. A sua vida mostra que antes mesmo das aparições da Virgem de Lourdes ela já era santa.
OPadre René Laurentin foi o mais importante especialista em aparições marianas na França, especialmente as de Lourdes, e dedicou grande parte do seu trabalho a conhecer a fundo Santa Bernadete Soubirous.
Foi um belo mérito da sua parte reservar uns bons trinta livros académicos para publicar uma Pequena Vida, a Pequena Vida de Bernadete , que tão bem se adapta à pastora de Lourdes. Um mérito que não tem rival na mestria com que traçou os 35 anos que completam o seu caminho de santidade.
Provações difíceis ao longo de sua vida
Antes das aparições existia “a escola da pobreza”. A infância de Bernadette, diz Laurentin, é uma longa noite: fome, privação, doença, humilhação
Um exemplo: é cometido um roubo de farinha e seu pai, François Soubirous, é preso, denunciado pelo padeiro. São necessários oito dias para provar sua inocência. A desculpa do padeiro: “Seu estado de miséria me fez acreditar que ele poderia ser o autor do roubo”.
As aparições da Virgem ocorreram entre 11 de fevereiro de 1858 (Bernadette tinha 14 anos) e 16 de julho. Pelo resto da vida, Bernadete deve ter contado as aparições com frequência, além de tê-las escrito sete vezes com sua própria caligrafia. Padre Laurentin se esforça para fundir as sete versões em um único escrito.
Esta dedicação é um exemplo de até que ponto se pode confiar nele para nos aproximar o mais possível da verdade, sem cair na curiosidade doentia. O prodígio, o milagre… Bernadete, na sua inocência, estava tão longe de tudo isso que relatou, sem compreender, o “nome” que a “senhora” lhe dera em resposta à sua pergunta: “Eu sou a Imaculada Conceição” . .”
Vítima de assédio porque não acreditaram nele
E depois a prova do testemunho: durante oito anos Bernadette teve que enfrentar interrogatórios de autoridades civis e religiosas. Hoje falaríamos sobre assédio.
Mas nunca se deixa abater: calma, sem se entusiasmar, precisa, com perguntas capciosas perturbadoras – faz-nos lembrar Joana d’Arc diante dos seus jurados -, por vezes beirando a insolência: “A minha responsabilidade é dizer-lhes, não fazê-los acreditar. “
A última etapa da sua vida foi passada retirada da sociedade no convento de Saint-Gildard em Nevers . Uma vida escondida, na noite da alma, Bernadete agoniza e morre vítima de tuberculose. Aqui nos faz pensar em Santa Teresa.
Antes de ser escolhida por Nossa Senhora, ela já era santa
E aí vem o seu breve e simples percurso, marcado pela presença do seu biógrafo, que faz afirmações muito ousadas que ela justifica muito bem: “Bernadete é para Lourdes o que Maria é para a Igreja”.
E a sua convicção, baseada nas suas pesquisas, nos conquista: antes mesmo de ser escolhida por Nossa Senhora, “essa pobre menina” já era santa. Ela orou intensamente, sem reclamar dos infortúnios da infância, pronta para enfrentar qualquer coisa, já preparada para a única vontade do Bom Deus.
Conheça Santa Bernadete com estas imagens:
