Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Na Audiência Geral desta quarta-feira (29), o Papa Francisco cumprimentou um grupo de 11 detentos provenientes de cárceres da Puglia, região sul da Itália acompanhados do bispo de Andia, dom Luigi Mansi. Segundo reporta a edição desta quinta-feira (30) do jornal vaticano L’Osservatore Romano, eles fazem parte de um projeto diocesano de reinserção social intitulado “Sem grades”.
A crônica do jornal ironicamente descreve que os presos compareceram à Sala Paulo VI, no Vaticano, “armados até os dentes com taralli e pasta”, referindo-se aos produtos que se realizam artesanalmente numa fazenda da cidade de Andria.
Ao encontrar o Papa, o porta-voz dos presos, o senegalês Mateus, falou – num italiano impecável, inclusive com nuances do dialeto da Puglia – da importância da dignidade e da esperança. E também confessou:
Mateus, conta o jornal vaticano, é o nome escolhido pelo próprio jovem do Senegal no momento do batismo na prisão, onde se converteu. O que poderia ser de mais simbólico num percurso de inclusão concreta de um imigrante que se torna ‘mestre em taralli’, uma especialidade ‘oficialmente inserida na lista dos produtos agroalimentares tradicionais italianos’?
Papa já conhece projeto “Sem grades”
Na Audiência Geral, junto ao grupo dos “Sem grades” estava também um exército de cem voluntários que trabalham no projeto que, inclusive já foi apresentado pessoalmente ao Papa 2 anos atrás, num encontro histórico. Naquela ocasião, sempre na Sala Paulo VI, dois presos doaram ao Pontífice a primeira garrafa de óleo extra virgem produzida por detentos que participam do projeto. Era fruto da primeira colheita de azeitonas dos oito hectares da fazenda. Agora ao óleo, vieram os tarálli e a pasta: “o nosso projeto vai em frente com os fatos”, finalizou Mateus.