Papa à Caritas: pobres, nosso passaporte para o paraíso

“Para nós, é dever evangélico cuidar deles, que são a nossa verdadeira riqueza, e fazer isto não apenas dando pão, mas também partilhando com eles o pão da Palavra, de que são os naturais destinatários. Amar os mais pobres significa lutar contra todas as formas de pobreza, espirituais e materiais”, disse o Papa na mensagem às Cáritas diocesanas

Cidade do Vaticano

É necessário promover “uma dedicação cada vez mais plena à causa dos últimos e dos pobres, chegando às periferias humanas e existenciais da sociedade atual, para sermos autênticos apóstolos da caridade”.

Este é o convite do Papa Francisco por ocasião da 40ª Convenção Nacional das Caritas diocesanas, aberta na tarde de segunda-feira, 16, em Abano Terme (Pádua).

O evento, que contará até 19 de abril com a participação de mais de 600 diretores e agentes de 220 Caritas diocesanas, terá como tema “Jovem é … uma comunidade que compartilha”.

Na Igreja italiana, frutos da autêntica caridade e misericórdia

No telegrama assinado pelo cardeal secretário de Estado Pietro Parolin, o Papa recorda Mons. Giovanni Nervo, primeiro presidente da Caritas italiana, e mons. Giuseppe Pasini, diretor por uma década: “Com seus pensamentos e preciosos testemunhos de vida – afirma ele – enriqueceram a Igreja italiana com um legado que continua a produzir frutos de autêntica caridade e misericórdia”.

Os pobres são o nosso “passaporte para o paraíso”

Na Missa por ocasião do Dia Mundial dos pobres, celebrada em 19 de novembro de 2017, o Papa havia pronunciado estas palavras: “Nos pobres, vemos a presença de Jesus, que sendo rico se fez pobre” (cf. 2 Cor 8,9).

Por isto neles, em sua fraqueza, existe uma “força salvadora.” E se aos olhos do mundo têm pouco valor, são eles que nos abrem o único caminho para o céu, são o nosso “passaporte para o paraíso.”

Para nós, é dever evangélico cuidar deles, que são a nossa verdadeira riqueza, e fazer isto não apenas dando pão, mas também partilhando com eles o pão da Palavra, de que são os naturais destinatários. Amar os mais pobres significa lutar contra todas as formas de pobreza, espirituais e materiais”.

Mattarella: solidariedade vence egoísmo e medo

A Caritas também recebeu uma mensagem do Presidente italiano Sergio Mattarella: “A nossa comunidade nacional – escreve o chefe de Estado – valorizou ao longo dos anos o trabalho duro da Caritas diocesana, a fidelidade diária para com as pessoas, o compromisso sincero para incluir, para emancipar da necessidade, respeitar a dignidade e liberdade de cada um.

As mesmas instituições, que têm a tarefa de garantir a universalidade dos direitos sociais,  promovem o crescimento da consciência, cultura, participação e envolvimento dos cidadãos.

A 40ª Convenção Nacional é uma ocasião propícia para expressar meus melhores votos a todos os participantes e aos muitos que nas diversas realidades locais prestam seu serviço voluntário valioso para o crescimento das nossas comunidades, a partir do apoio daqueles que mais precisam. Construir juntos um humanismo compartilhado requer diálogo e abertura, amizade e compromisso, solidariedade e planejamento, capacidade de encarar o novo tempo com visão e ideais, superação dos impulsos estéreis ao individualismo que se arrisca a alimentar o egoísmo, o medo, a desconfiança “.

Montenegro: os pobres precisam de amizade

Abrindo o encontro, o cardeal Francesco Montenegro, presidente da Caritas italiana, disse que os pobres precisam não apenas de serviços, mas também de amizade: “Devemos aprender a ficar com eles e construir comunidades cintilantes, abertas e não fechadas como armários” .

Os pobres são nosso passaporte para o Céu, diz o Papa

Fonte: Rádio Vaticano

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