O Testemunho dos Santos Inocentes: Proteger a Inocência e Defender a Justiça

    Querida comunidade,

    Neste período do ano litúrgico, contemplamos um episódio sombrio e comovente da história da salvação: a narrativa dos Santos Inocentes, um evento que ecoa até os dias de hoje, lembrando-nos da tristeza e do sofrimento que a humanidade muitas vezes enfrenta.

    A passagem bíblica de Mateus 2, 16-18 nos revela a tragédia terrível da ordem de Herodes para a matança de todos os meninos com menos de dois anos em Belém. Esta atitude desumana foi uma tentativa desesperada de Herodes para eliminar o recém-nascido Rei dos Judeus, Jesus, cujo nascimento tinha sido anunciado pelos magos do oriente.

    Essa história nos faz refletir sobre questões profundas e dolorosas. Ela nos faz contemplar a brutalidade que pode ser infligida aos inocentes quando os poderosos buscam manter seu próprio domínio. No entanto, essa tragédia também nos oferece ensinamentos e nos chama à ação, à reflexão e à esperança.

    Primeiramente, somos lembrados da dor profunda das mães que perderam seus filhos. A voz de Raquel chorando por seus filhos, como nos lembra Jeremias 31,15, ressoa através dos tempos, ecoando o sofrimento de todas as mães que perderam seus amados. Essas mulheres são símbolos de todas as que sofrem em silêncio pela perda de seus filhos inocentes, sejam por conflitos, pobreza, injustiça ou violência.

    Jesus, em sua sabedoria, nos convida a ser como crianças em Mateus 18,3, a manter a pureza, a inocência e a simplicidade diante de Deus. A tragédia dos Santos Inocentes destaca a preciosidade da inocência e da bondade das crianças, chamando-nos a proteger e preservar esse dom inestimável.

    Além disso, as Escrituras nos desafiam a sermos voz para os que não podem falar por si mesmos. Provérbios 31,8-9 nos instrui a ser defensores dos que são designados à destruição, a defender os pobres, os necessitados e a lutar pela justiça.

    Portanto, esta história nos convoca a não apenas lamentar o passado, mas a agir no presente. A defender os inocentes, a proteger a inocência e a promover a justiça em um mundo frequentemente marcado pela crueldade e injustiça.

    Assim, hoje somos chamados a ser luz em meio à escuridão, a agir com amor, compaixão e justiça. Vamos nos comprometer a ser agentes de mudança, a ser voz para os silenciados e a proteger os mais vulneráveis em nossa sociedade.

    Que a história dos Santos Inocentes nos inspire a agir com bondade, a valorizar a inocência e a buscar um mundo onde a justiça e o amor prevaleçam.

    Que Deus nos abençoe em nosso compromisso de sermos defensores da vida, da inocência e da justiça.

    Amém.

    +Anuar Battisti
    Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

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