O que fizemos com os dons recebidos?

    Estamos prestes a terminar mais um Ano Litúrgico e hoje chegamos ao penúltimo domingo, no qual somos convidados a refletir as nossas ações durante esse ano e preparar o nosso coração para o início de mais um Ano Litúrgico e a oportunidade de celebrarmos mais um Natal.

    Durante o Ano Litúrgico que estamos prestes a terminar fomos convidados por Deus a construir o Reino de Deus aqui na terra e, chegando ao final, somos chamados a colher os frutos que plantamos durante esse ano. Somos chamados a construir aqui na terra o Reino de Deus e vivê-lo de maneira plena no céu.

    Neste Domingo somos convocados pelo Papa Francisco a olhar com carinho para os mais pobres; que esta Santa Eucaristia, Pão da Palavra e da Pão da Eucaristia partilhados para todos, nos ajude a olhar com misericórdia para os menos favorecidos e a Eucaristia nos ensine a partilhar o alimento com aqueles que pouco ou nada têm. Com a celebração dessa Eucaristia aguardemos na esperança o Senhor que vem, e esperemos confiantes e alegres a ressurreição final.

    A primeira leitura (Pr 31,10-13.19-20.30-31), exalta a figura da mulher perfeita diante do Senhor, ou seja, aquela que ajuda a necessidade do pobre, aquela que dedica a sua vida ao Senhor, e que o trabalho feito por suas mãos é perfeito. A beleza e o encanto são passageiros, por isso a mulher que agrada a Deus é aquela que o teme de verdade. A figura da mulher sempre foi exaltada na Sagrada Escritura, Deus tem um carinho especialíssimo pela mulher, pois ela é geradora de vida e cuida do templo com carinho e por meio de uma mulher foi gerado o Filho de Deus.

    O Salmo Responsorial 127(128) nos diz que feliz é aquele que respeita o Senhor e trilha os seus caminhos, ou seja, é feliz todo aquele que com o suor de seu rosto trabalha e traz o sustento para a sua família e que ele e sua família servem ao Senhor.

    Na segunda leitura (1Ts 5,1-6), Paulo fala a comunidade a respeito do dia da vinda do Senhor. Eles achavam que seria eminente, que já estava por vir, mas São Paulo explica que o dia do Senhor virá como um ladrão, ou seja, quando menos esperarmos, por isso devemos estar em constante vigilância e oração, cumprindo tudo aquilo que o Senhor nos pediu, para estarmos prontos para o dia de sua vinda.

    O Evangelho (Mt 25,14-30), Jesus conta a parábola dos talentos, que o Senhor saiu para viajar e entregou talentos aos seus empregados. A um deu cinco, a outro dois e a outro um. E esses empregados deveriam trabalhar e lucrar com esses talentos, ou seja, fazer com que esses talentos recebidos do Senhor se multiplicassem. O que recebeu cinco talentos trabalhou logo e lucrou outros cinco talentos, a mesma coisa fez o que recebeu dois, trabalhou e lucrou outros dois. Mas o que recebeu apenas um talento, cavou um buraco na terra e enterrou o talento até o Senhor voltar.

    Depois de um tempo o Senhor volta e vem acertar as contas com seus empregados. Ele fica feliz com aqueles que multiplicaram o talento recebido, mas fica extremamente zangado com aquele que enterrou o seu talento e manda tirar o que lhe havia dado e dar para aquele que tem dez.

    O que podemos aprender dessa parábola de Jesus, que aquele que tem pode ser dado ainda mais e daquele que não tem pode ser tirado até o que tem. Todos nós recebemos talentos, habilidades, aptidões de Deus e devemos trabalhar isso e fazer com que se multipliquem, ou seja, ensinando esses talentos e habilidades que eu sei, para aqueles que ainda não sabem. Se eu sei cantar ou tocar violão na comunidade, eu vou ensinar outras pessoas a fazer o mesmo, para que não fique somente eu a fazer. Ou mesmo, se eu tenho aptidão em proclamar as leituras na missa, vou ensinar outras pessoas para que também as façam.

    Não podemos de maneira alguma, enterrar um talento, uma habilidade que Deus nos concedeu, pois por meio dela eu posso servir melhor minha casa, minha comunidade. E não posso guardar somente para mim aquilo que sei, mas ensinar os demais para que todos tenham a possibilidade de aprender aquilo que sei.

    Para que o Senhor se alegre conosco e possamos merecer participar de sua alegria na eternidade, não enterremos o nosso talento, não devemos colocar na nossa cabeça que o Senhor é mal ou perverso, mas ele é bondoso, compassivo e misericordioso, nos quer felizes e realizados naquilo que escolhemos para a nossa vida.

    Sirvamos com alegria os nossos irmãos, principalmente os mais pobres e necessitados, oferecendo a eles o nosso maior talento, que é o amor.

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