O primeiro anúncio de evangelho

    O evangelho do terceiro domingo do Tempo Comum nos recorda o momento em que Jesus começou a pregar(cf. Mt 4,12-23). O evangelista Mateus nos apresenta o momento em que se cumpre uma antiga profecia de Isaías: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz”. Mas o que aconteceu foi muito simples. Em uma esquina do mundo daquela época, ou  seja, longe, muito longe de Roma, que era o centro daquela civilização, um homem saiu pelos caminhos e começou a pregar. Sua mensagem era muito simples: “Convertam-se, pois está próximo o Reino dos Céus.” No início, quase ninguém lhe deu atenção. Apenas uns poucos pescadores – os últimos da sociedade – algumas mulheres – igualmente desvalorizadas – e outras pessoas parecidas com essas. Jesus não era mais que um judeu marginalizado e apenas os que viviam desse modo lhe deram um pouco de atenção.
    Caso fosse essa a maneira como Deus quis apresentar sua salvação a todo mundo, diríamos, de acordo com a nossa cultura atual, que se equivocara completamente. Hoje teríamos planejado o lançamento simultâneo de uma campanha, por meios de comunicação em países ricos e desenvolvidos do mundo, que oferecesse com clareza os conteúdos mais importantes, e orientada, antes de tudo, para captar a atenção dos destinatários. Para isso, seriam oferecidos, em primeiro lugar, os aspectos mais suaves, fáceis e gratificantes da mensagem. Com suficiente antecedência, ter-se-ia preparado um grande número de pregações e conferências, e alguns escritores apresentariam a mensagem de uma maneira mais próxima das pessoas. Mas Deus não fez isso. Muito pelo contrário. Em Jesus, Ele se aproximou dos últimos, dos lascados. Jamais esteve muito preocupado com o número de seus seguidores, nem com o nível social deles. Nem sequer lhes comunicou coisas fáceis. Suas primeiras palavras colocam o ouvinte ante uma exigência radical: “Convertam-se”, o que equivale a dizer: mudem de vida. Mas aquela gente simples e humilde encontrou algo em Jesus que a fez segui-lo. Com dúvidas e vacilações, mas o seguiram.
    Hoje, igualmente, somos uma pequena comunidade. Não ocupamos o centro do mundo. Nem sempre temos os meios de comunicação ao nosso alcance. Nem falta nos fazem. Temos apenas o Evangelho no meio de nós e a força de Jesus para realizar aquilo que Ele fez. Primeiro, escutar sua mensagem e cuidar para que nos convertamos, isto é, começarmos a viver de acordo com o Evangelho. E, segundo, sermos portadores desse Evangelho para todos aqueles que nos rodeiam. Não devemos temer porque somos poucos ou pobres. É desta forma que Deus deseja tornar presente a sua mensagem no mundo. E isso está em nossas mãos.

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