Necessidade de manter o distanciamento social incentiva trabalho em casa e realização de reuniões online

A necessidade de garantir a exigência médico-sanitária do distanciamento social para evitar a disseminação do coronavírus fez as organizações, incluindo a Igreja no Brasil, repensar novos formatos de trabalho e de realização de reuniões em plataformas digitais.

É o exemplo da Comissão para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que cancelou o Simpósio e a Peregrinação Nacionais das Famílias ao Santuário de Aparecida, quando teriam um aprofundamento da temática “Família e Educação”, também em sintonia com o Pacto Educativo Global do Papa Francisco. Mas, mesmo com o cancelamento, a Comissão está preparando a oferta das palestras no ambiente digital, na data marcada, 23 de maio. Segundo o bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão, dom Ricardo Hoepers, “as pessoas, principalmente os agentes da Pastoral Familiar, vão poder se aprofundar sem sair do isolamento necessário para a prevenção à propagação do vírus”.

Em nota de 13 de março, a presidência do Regional Sul 4, um dos 18 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao determinar o cancelamento de reuniões presenciais no estado de Santa Catarina, apresentou a alternativa e a forma de organização das reuniões virtuais. Na quinta-feira, 19 de março, o regional vai realizar o Fórum Regional das Pastorais Sociais no formato totalmente online. Os 40 participantes usarão a ferramenta Hangout Meet, do Google.

Na Associação Evangelizar é Preciso uma série de medidas foram adotadas tendo em vista a flexibilização e novos formatos de realização do trabalho. A organização dispensou ou encaminhou para o trabalho home office cerca de 60 colaboradores que se enquadraram como grupo de risco: pessoas com idade superior a 60 anos, com doenças crônicas (diabéticos, hipertensos, cardíacos, etc) e as gestantes.

A Natiele Makiak, coordenadora de RH da Associação, está grávida de 8 meses de uma menina e foi uma das funcionárias que optou por trabalhar em formato home office. Segundo ela, a experiência de home office é boa mas exige “certa disciplina”. Ela sentiu uma diferença na rotina. “Quando a gente precisa dar uma parada, a gente percebe que faz muitas coisas ao longo de um dia”. Umas das vantagens do home office, segundo ela, é a possibilidade de maior concentração o que acaba resultando em produção.

O uso da whatsapp, segundo ela, não mudou. “A gente às vezes não se comunica por e-mail, mas pelos grupos do aplicativo onde já vamos demandando, passando as orientações, enviando áudios”, disse. Ela avalia como boas as medidas da associação. Este breve tempo para a gestora de recursos humanos deu prá perceber o quanto as pessoas se expõem a riscos no dia a dia mas o quanto essa pode ser uma alternativa de trabalho possível de ser adotada pelas organizações.

Outros regionais da CNBB, como o Sul 1, Centro-Oeste, Nordeste 2 também estão adotando a experiência de “home office” e flexibilizando os horários dos colaboradores tendo em vista evitar a circulação pelas cidades em horários de pico. Na Mitra de Vitória (ES), os departamentos estão fazendo rodizio de 1 funcionário por dia e o departamento de Comunicação está fazendo a experiência de trabalho em casa.

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