Maria e a juventude

    Quinta catequese quaresmal

    Continuando as catequeses quaresmais com ênfase para a nossa missão com a juventude, vamos aprofundar agora a questão do Ano Mariano e suas consequências. O “sim” de Maria na Anunciação foi dito na solidão, mas lança-a numa aventura comunitária. Deus tomou a iniciativa na Anunciação, mas o movimento da Encarnação é dirigido a todos. É o movimento em que a Palavra se faz carne no nosso mundo e na nossa história. Em Maria, o Filho caminha para sua “hora”, a hora em que a Palavra deve se tornar Eucaristia e Igreja para toda a humanidade.

    Na Visitação, vemos Maria consciente da dimensão de tudo o que aconteceu. Ela visita sua parenta Isabel colocando-se a serviço, mas no curso da visita surge a oportunidade das duas primas reconhecerem a graça recebida por ambas, repartindo também a alegria. Esse é o momento para Maria contar a sua experiência sobre tudo o que Deus fez em sua vida.

    Com o “Magnificat” (Lc 1,46-55), se fala de uma “revolução do amor” que tinha começado nela. O amor derramou-se sobre a terra, e a pequenez e a humildade de Maria estão no coração dessa “divina revolução”. Ela proclama o Senhorio de Deus: “porque o Todo-Poderoso fez grandes coisas por mim”.

    Maria compreende, mais do que qualquer outra pessoa, que a graça é pura gratuidade. O que está acontecendo não é obra sua. Ela sabe também que a liberdade que lhe foi dada tem em vista essa “revolução” que está eclodindo no mundo. O Magnificat fala de suas implicações sociais e históricas; não há praticamente demarcação entre a sua experiência única e as inúmeras gerações que virão, pois Maria entrou em comunhão com todas as gerações, tendo em vista o destino comum: sermos introduzidos na bondade misericordiosa de Deus.

    O nascimento do Menino Jesus traz alegria. A morada do Filho, “que está voltado para o seio do Pai” (Jo 1,18), assume a forma do ser ternamente embalado nos braços da mãe. Mas esse nascimento significa para Maria também uma separação, uma antecipação daquela espada que lhe traspassará a alma.

    Nos primeiros anos do crescimento de Jesus, o papel de Maria é crucial para a sua missão. Dos lábios da mãe, o menino escuta e repete o som humano do nome do Pai. Maria transmite a tradição divina de seu povo, o povo de Israel.

    O empenho e a liberdade de Maria na revolução de amor são tais que por ela Jesus aprende, em termos humanos, que os limites advindos do pecado original podem realmente ser superados e rompidos. Consegue divisar nela a nova humanidade que diz sim a Deus.

    A atmosfera da Família de Nazaré é tal que a torna também uma escola de educação recíproca. Ela vê Jesus crescer em graça, especialmente porque está cheio do Espírito Santo, e, como consequência também está cheio de bondade, afabilidade e qualidades morais. É um período de alegria e luz para Maria, ao mesmo tempo humano e sobrenatural.

    Constatamos na Igreja vários grupos que nasceram e cresceram suscitados pela devoção e o amor a Maria. Maria é a Mãe da Igreja e nossa Mãe. Quantos jovens rezam ao longo da semana em seus grupos o Santo Rosário, quantos jovens possuem esta devoção de prática diária! Quantos grupos e movimentos jovens que têm a devoção mariana (como por exemplo – a Legião de Maria juvenil, movimento sacerdotal mariano jovem, as Filhas de Maria, a Congregação Mariana e tantos outros).

    Jovens, tenho a certeza de que Maria leva cada um a fazer a vontade do seu Filho. Maria é a discípula fiel, orante e silenciosa. Que possamos aprender com Maria estas virtudes tão necessárias para o tempo em que vivemos.

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