Homenagem do Papa Francisco aos professores

Frei Peter Tabichi, via Twitter

Papa Francisco recebe o frei Peter Tabichi, eleito melhor professor do mundo em 2019

“Eles são artesãos das gerações futuras”, disse o Papa

Odia 15 de outubro, no Brasil, é dedicado a reconhecer os profissionais da educação. E que tal uma homenagem do Papa Francisco aos professores?

No dia 7 de fevereiro de 2020, pouco antes da explosão mundial da pandemia de covid-19, Francisco recebeu no Vaticano os participantes do seminário “Educação: O Pacto Global“, organizado pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais. O Papa aproveitou a ocasião para prestar sua homenagem aos professores do mundo inteiro, destacando que, apesar de serem “os sempre mal pagos”, eles seguem em frente “com coragem e perseverança” no desafio de educar e de ser os “artesãos” das gerações futuras.

Disse Francisco:

“Desejo, neste momento, prestar homenagem aos professores, os sempre mal pagos, porque, diante do desafio da educação, eles seguem em frente com coragem e perseverança. Eles são artesãos das gerações futuras. Com o seu saber, paciência e dedicação, transmitem um jeito de ser que se transforma em riqueza, não material, mas imaterial, criando o homem e a mulher do amanhã. Esta é uma grande responsabilidade. Portanto, no novo pacto educativo, a função dos professores, como agentes da educação, deve ser reconhecida e apoiada com todos os meios possíveis”.

A homenagem do Papa Francisco aos professores foi em frente, abordando a necessidade de investir em educadores:

“Se o nosso objetivo é oferecer a cada indivíduo e a cada comunidade o nível de conhecimentos necessários para ter a sua autonomia e ser capaz de cooperar com os outros, é importante investir na formação dos educadores com os padrões mais elevados de qualidade, em todos os níveis acadêmicos”.

O Papa ressaltou também o necessário envolvimento da família na educação:

“A família precisa ser valorizada no novo pacto educativo, pois a sua responsabilidade começa no ventre materno. Entretanto, as mães, os pais, os avós e a família como um todo, no seu papel educacional primário, precisam de ajuda para entender, no novo contexto global, a importância dessa etapa inicial da vida e para estarem preparados para agir em consequência. Uma das maneiras fundamentais de melhorar a qualidade da educação no âmbito escolar é conseguir uma participação maior das famílias e das comunidades locais nos projetos educacionais. Elas fazem parte da educação integral, pontual e universal”.

Homenagem do Papa Francisco aos professores

Francisco abordou ainda o conceito de educação:

“Educar não é apenas transmitir conceitos: isto seria uma herança do iluminismo que deve ser superada. Não apenas transmitir conceitos, mas um trabalho que exige que todos os responsáveis ​​por ela, família, escola e instituições sociais, culturais e religiosas, participem desse processo de forma solidária. Para educar é preciso integrar a linguagem da cabeça com a linguagem do coração e com a linguagem das mãos. Que um educando pense o que sente e o que faz, sinta o que pensa e o que faz, e faça o que sente e o que pensa. Integração total”.

A crise educacional também foi tratada pelo Papa:

“Hoje está em crise, rompeu-se, o que eu chamei de pacto educativo: o pacto educativo existente entre família, escola, pátria e mundo, cultura e culturas. Rompeu-se e não pode ser colado a não ser por meio de um esforço renovado de generosidade e acordo universal. O pacto educativo quebrado significa que tanto a sociedade quanto a família e as instituições chamadas a educar delegam a decisiva tarefa educacional a outros, evitando a responsabilidade das várias instituições básicas e dos próprios países, que claudicaram deste pacto educativo”.

Ele finalizou reforçando a urgência da união entre todos em prol da educação:

“Somos chamados a renovar e unir o esforço de todos, pessoas e instituições, para a educação, a fim de fazer um novo pacto educativo, pois só assim será possível mudar a educação. E, para isto, é necessário integrar os saberes, a cultura, o esporte, a ciência, a diversão e a recreação. É preciso construir pontes de conexão, superar a pequenez que nos fecha em nosso mundinho e para o mar aberto global, respeitando todas as tradições (…) Não é algo de amanhã, mas de hoje. Sigam em frente! Que Deus os abençoe. Rezo por vocês e, vocês, rezem por mim!”

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