Evangelho de Mateus – Ano Litúrgico A

    Ao longo do ano litúrgico, que se iniciou no primeiro domingo do Advento, em novembro de 2022, acompanha nas missas dominicais o evangelista Mateus. As leituras dominicais no ano litúrgico são divididas em três anos: A, B e C, e em cada ano acompanhamos principalmente um evangelista sinótico. No ano A, é Mateus, no ano B, é Marcos e, ano C, é Lucas. O Evangelho de João aparece mais nas festas e solenidades, no tempo pascal e um pouco também no tempo do Natal. A Igreja faz isso para que a cada ano os fiéis possam conhecer a forma que cada evangelista apresenta Jesus, pois cada um tem a sua maneira particular de falar de Jesus, muitas coisas são semelhantes, mas não iguais. Ao final de três anos, os que participam das missas dominicais terão ouvido a Bíblia toda nas celebrações.

    Os três evangelistas formam o conjunto dos evangelhos sinóticos, e foram os evangelhos aprovados pelo magistério da Igreja e estão no cânon da Sagrada Escritura. Os anos A, B e C são divididos mais para o ciclo dominical. Durante os dias férias, na semana, a proclamação é em dois anos: ano par e ímpar. Esse ano, estamos no ano ímpar e, ano que vem, será o par. Além disso temos as demais leituras do antigo e novo testamento (nos domingos e solenidades, 3 leituras e durante os dias férias duas leituras0 Além de ouvir toda a Bíblia aos domingos durante três anos, quem participa da missa durante a semana ouvira a Bíblia em dois anos, sendo que rezamos sempre com os Salmos. A Igreja divide dessa maneira como uma forma catequética e incentivando cada fiel a acolher e se alimentar da Palavra de Deus.

    O ano litúrgico inicia com o primeiro domingo do Advento e termina na semana da Solenidade de Cristo Rei do Universo. O ano, para a Igreja, é diferente do ano civil. Agora, já estamos quase na metade desse novo ano litúrgico, já passou o tempo do advento, estamos terminando o tempo do Natal e, dia 10 de janeiro, inicia a primeira parte do Tempo Comum. Depois, vem o período da Quaresma, Páscoa e, por fim, retoma o Tempo Comum. Durante esse tempo, acompanharemos o evangelista Mateus e, em algumas solenidades, o Evangelho de João.

    O Evangelho de Mateus pode ter sido escrito por volta dos anos 60 d.C. Está alinhado com o judaísmo do primeiro século e para aqueles que haviam sido recém-convertidos, os chamados judeus-cristãos. Todos os Evangelhos começaram a ser escritos após a paixão e morte e ressurreição de Jesus e o fator inicial para começarem a ser escritos foi a partir da morte e ressurreição. O intuito de Mateus ter escrito o Evangelho foi de evangelizar a comunidade e explicar a eles quem foi Jesus e o que Ele deixou para a humanidade.

    O foco de Mateus é apresentar para a comunidade Jesus como o “Filho de Deus”, aquele que foi enviado para tirar o pecado do mundo. E, ainda, com o intuito de anunciar aos judeus que Jesus era o Messias, o enviado de Deus. Aqueles que se converteram, aceitaram a pregação de Mateus. Mateus ainda tinha que lidar com aqueles que não haviam se convertido e criticavam aqueles que se converteram.

    O Evangelho de Mateus é o único a mencionar a Igreja, e tem passagens bem interessantes, por exemplo, alguns momentos da infância de Jesus e o conhecido texto das bem-aventuranças, que está em Mateus, capítulo 5. Lucas também retrata as bem-aventuranças, mas o mais completo é Mateus. Bem-aventurado é todo aquele que faz a vontade de Deus. Mateus, com a passagem da multiplicação dos pães, ensina a comunidade a importância da partilha e ali remete a Igreja, que partilha a Eucaristia. Se durante a missa partilhamos entre nós a Eucaristia, devemos partilhar o alimento material com aqueles que pouco ou nada tem.

    O evangelho de Mateus foi escrito em grego e, posteriormente, traduzido para o latim, até ao texto que temos hoje. O evangelho de Mateus pode ser destacado em alguns pontos que chamam mais atenção dos leitores. São cinco: o sermão da montanha (capítulos 5,6 e 7), como já mencionamos; as instruções para a missão aos doze apóstolos (capítulo 10); o discurso das parábolas (capítulo 13); as instruções para a comunidade (capítulo18); e, por fim, o sermão do Monte das Oliveiras (capítulos 24 e 25).

    Em nossas leituras diárias, em casa ou na Igreja, podemos meditar esses pontos principais de Mateus e compreender que ele apresenta Jesus como o Filho de Deus e, a partir das instruções de Jesus, o início da Igreja primitiva. Essas leituras retratam Jesus dando as instruções de como podemos ser comunidade, uma comunidade de amor, do mesmo modo que é a Santíssima Trindade. Isso nos ajuda a continuar em casa aquilo que escutamos na liturgia da palavra.

    A comunidade cristã, ao ler o evangelho de Mateus, é convidada a olhar para dentro de si mesma e enxergar a presença de Jesus no meio da comunidade e, ao perceber a presença de Jesus, devem se amar mais e praticar a justiça e a caridade. É Jesus quem nos envia para a missão e para sermos verdadeiros discípulos dele, temos que amar os nossos semelhantes.

    Durante esse ano litúrgico, nos empenhemos em meditar o evangelho de Mateus e coloquemos em prática aquilo que está descrito em seu evangelho. Amemo-nos uns aos outros e partilhemos entre nós o alimento material e espiritual. Sejamos de fato testemunhas de Cristo nos dias de hoje.

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