É Páscoa! O Senhor ressuscitou

    Estamos na Páscoa! Aleluia, Aleluia, Aleluia! Festa Central de nossa vida de fé, da vida da Igreja e de toda a Teologia. Cristo, que após assumir a condição humana (menos o pecado), ao carregar sobre si o peso do pecado do mundo passando pelo sofrimento e pela morte, ressuscita vitorioso sobre o pecado, a morte e o mal. É a festa da resposta de Deus ante a presença do mal no mundo. É a festa da Vitória!

    Após quarenta dias de caminhada quaresmal, quando de maneira muito peculiar vivenciamos interna e externamente esse período de recolhimento que nos é pedido devido às atuais circunstâncias, aproveitando para um tempo de revisão de vida e conversão, vivemos as três grandes celebrações do Tríduo Pascal: Cristo que institui a Eucaristia na Quinta-Feira Santa, Cristo que dá a vida por nós submetendo-se ao suplício do calvário na celebração da paixão na sexta-feira santa e a grande solenidade da Páscoa: Cristo vivo, Ressuscitado e Vencedor. Três momentos que vão se concentrar em um único mistério, o mistério da presença de Cristo no meio de nós, sendo nossa vida, nossa luz, nosso alimento, nossa ressurreição. Ressuscitado, permanece entre nós para sempre! Está diante do Pai, mas está junto de nós. Nossa morte foi vencida na sua e em sua ressurreição, temos vida para sempre, como nos recorda um dos prefácios do Tempo Pascal.

    Por isso, uma santa Páscoa para todos. Tantos são os desafios que nossa sociedade passa neste momento e que passamos em nossa existência concreta. Em meio a tudo isso, surge o anúncio consolador da Vitória e Ressurreição de Cristo.

    A Liturgia vai, mais uma vez, de maneira muito bonita e profunda, vai nos introduzindo no mistério celebrado: Na primeira Leitura (At 10,34a.37-43), escutamos o discurso de Pedro na Casa do Centurião Cornélio, que após uma visão, pede para chamar Pedro e recebe o Batismo junto com sua família. A Leitura mostra o discurso de Pedro, onde este faz a proclamação do Kerigma, a mensagem fundamental do anúncio da salvação sobre quem é Cristo e o que fez em nosso meio, tendo como ponto fundamental a proclamação da Ressurreição: E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo,

    mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. (At 10, 39-41).

    Como resposta a esta proclamação, o salmo 117 relata o canto de um Rei após a sua Vitória sobre os inimigos, tendo como refrão Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos, vem proclamando a eterna misericórdia de Deus, ao mesmo tempo que vem proclamando as maravilhas que o Senhor fez e faz em meio ao seu povo: A mão direita do Senhor fez maravilhas, a mão direita do Senhor me levantou. Não morrerei, mas ao contrário, viverei para cantar as grandes obras do Senhor!

    Já a segunda leitura (Cl 3,1-4), fala de uma das consequências práticas que a Ressurreição do Senhor traz para a vida daqueles que a aceitam: a busca por uma vida nova, representada pela expressão buscar as coisas do alto: Se ressuscitastes com Cristo,

    esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Cristo, o Novo Adão, que faz de nós, por sua ressurreição, novos homens e mulheres, renascidos para a vida da Graça.

    O Evangelho (Jo 20,1-9), descreve o anúncio da Ressureição.  Maria Madalena, que no primeiro dia da semana encontra removida a pedra que selava o sepulcro e o sepulcro vazio: corre para anunciar a Pedro e João o fato que havia testemunhado, que por sua vez saem correndo e encontram os sinais da ressurreição: a pedra rolada, o sepulcro vazio e os tecidos mortuários enrolados de maneira cuidadosa, ao que o Evangelista conclui com a expressão: Ele viu, e acreditou. Assim como o discípulo amado (João), todos nós somos chamados a fazer a experiência de ser amados por Deus e encontrar-nos com o Senhor Ressuscitado e com os sinais que Ele vai deixando de sua presença amorosa em nossas vidas.

    A liturgia de hoje traz um elemento especial, a sequência de Páscoa, um rico poema que canta as maravilhas da solenidade de hoje, a capacidade humana de se expressar que se colocar ao serviço do Mistério. Ele retrata a alegria que deve tomar conta de nós nesta grande celebração de nossa fé. Todos os atos externos que temos na liturgia, o canto do Glória e do Aleluia, o tocar dos sinos, devem retratar nossa alegria interior por essa certeza que é o fundamento de nossa fé: Ele Ressuscitou. O pecado foi vencido. A morte foi vencida. Em Cristo somos mais que vitoriosos.

    Podemos a partir da ressurreição de Cristo, olhar com confiança para o dia de amanhã, pois sabemos que ao passar pela cruz de cada dia, chegaremos à Ressurreição com Cristo. Que toda a nossa vida e esses tempos difíceis de pandemia que estamos vivendo sejam cada dia mais iluminados pelo anúncio da Páscoa do Senhor, pela alegria que essa certeza de fé nos traz. O anúncio que foi proclamado no início do primeiro dia da semana continua a ecoar e transformar vidas até os dias de hoje.

    Nos faltam as palavras para expressarmos a alegria e a grandeza da Páscoa do Senhor. Que a celebração da oitava da Páscoa nos ajude a continuar a olhar nossas vidas e a vida do mundo através do Ressuscitado. Se vivemos em meio a uma cultura de morte, a Ressurreição de Cristo nos convoca para a vida. No horizonte da história humana, sempre podemos olhar além! Coragem! Ânimo! O Senhor Ressuscitado é nossa esperança e nossa força! Ele ressuscitou verdadeiramente e está no meio de nós, e nós somos testemunhas disso. Aleluia.

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