Domingo de ramos

    Depois de muitos séculos, vemos que, no mundo, não existe paz e menos ainda, em Jerusalém. Há inúmeras guerras, muita violência, atentados, destruição. Ansiamos pela paz, mas a paz não vem. Terá sido o sonho de Jesus algo impossível? Somos nós, cristãos, que, neste dia, celebramos a entrada de Jesus em Jerusalém, os “cativos da esperança”?

    A entrada de Jesus na Cidade Santa de Jerusalém respondeu a um desejo dele muito especial. Ele quis – por própria iniciativa – representar, tornar realidade, um texto do profeta Zacarias.

    Jesus quer acampar junto da casa de Deus. Faz do templo de Jerusalém o centro de sua missão, quer tomar posse do templo como rei vitorioso s humilde, quer proclamar a paz a todas as nações e derrubar todas as muralhas de separação e todas as causas de confronto.

    Jesus entra em Jerusalém com a dignidade imensa do rei da paz, do rei humilde e não violento. O povo o compreende. O povo o aclama sem medo: Filho de Davi! Aquele que vem em nome do Senhor! Deveríamos imaginar o entusiasmo e a paixão daquelas pessoas que encontraram em Jesus a resposta de Deus a seus sofrimentos, a suas esperanças. O povo não percebeu a gravidade daquilo que fazia. Um entusiasmo cego se apoderou das pessoas. Entraram em Jerusalém sem o menor respeito humano, proclamando a graça definitiva de Deus sobre a cidade.

    Porém, aquilo que parecia o gesto pacífico e pacificador por excelência transformou-se no estopim da pior das ações violentas: a condenação à morte de cruz do rei da paz, Jesus.

    Para compreendermos o que Jesus fez por nós, é necessário conhecer quem foi Jesus. São Paulo se extasia diante do seu” mistério”. Ele revela, na sua carta aos Filipenses, quem era Jesus e como se comportou: Jesus era de condição divina. Não quis ser igual e se fez um entre tantos para vir a esta terra. Fez-se ser humano, mas na forma em que nenhum de nós deseja – entrou em estado de submissão, escravidão, servidão. Submeteu-se a nossa condição humana, assumindo o último posto.

    Por isso, não é de estranhar que Jesus não obtenha êxito de imediato. Ao que parece, todos os seus sonhos se viram contrariados pela realidade: Ele queria a salvação do mundo, Ele vinha como rei da paz e, não obstante, o mundo continua condenado, a paz refulge por sua ausência.

    São Paulo diz que Deus o exaltou precisamente por isso e lhe deu o nome sobre todo o nome, “de modo que, diante de Jesus, se dobre todo joelho de toda pessoa, no céu e na terra.”

    Jesus é já o que nós não vemos ainda: acontece já o que nós ainda não percebemos. Vivemos na fé, mas, um dia, tudo será evidente.

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