Dize uma só palavra e meu empregado ficará curado!

    Caríssimos irmãos e irmãs,

    Nós estamos na sequência das leituras durante a semana. Vendo essa sequência dos milagres da presença de Jesus, passando por entre aqueles que estão doentes, necessitados e, como diz ao final da leitura do Evangelho(cf. Mt 8,5-17), Ele tocou nossas doenças, as nossas dores. Então, esse aspecto da presença do Senhor que vai levando vida para as pessoas. O empregado do Oficial Romano estava doente e manifestou a sua fé na palavra de Jesus. Sabia que, para os judeus, não podia entrar na casa de um pagão. Por isso mesmo, na minha casa, basta uma palavra tua e meu empregado ficará curado.

    E Jesus vai admirar e vai dizer que “nem mesmo em Israel encontrei tanta fé”(cf. Mt 8,10). Cura a sogra de Pedro, que logo depois passa a servir a consequência da pessoa que sai da vida de doença é realmente colocar-se a serviço, quando se levanta para poder retomar sua vida, se tornar minha servidora. E por onde vai passando, curando os males e expulsando o maligno. Parece justamente Jesus fazendo o bem. Um pouco é essa nossa missão de Igreja também, é de continuar essa missão de Jesus, de poder relevar a vida das pessoas. Pela Palavra que se proclama, pelo anúncio do Evangelho de tal maneira que as pessoas possam se levantar das suas dores, dos seus pecados, da sua vida velha para uma vida nova. E assim, também, nós somos chamados a crer como o Oficial Romano: basta uma palavra e meu empregado que ficará curado, ou seja, crer em Jesus Cristo. Do outro lado a experiência de quem realmente se levanta da sua cama para, de novo, voltar à saúde e colocar-se a serviço, ou seja, alguém que é levantado pelo Cristo se torna um servidor como consequência sem precisar que alguém mande servir. Logo é uma consequência dessa experiência da misericórdia do Senhor e, ao mesmo tempo, enquanto Igreja, somos chamados a passar pelo mundo fazendo o bem como Jesus.

    E a Igreja tem feito isso pela pregação, pelo trabalho social, pela preocupação com os outros. Mesmo nessa época de limitação de presença nas Igrejas. Esperamos na próxima semana recomeçarmos aos poucos, a retomar nossas atividades presenciais. Mas nós vemos, meus irmãos e irmãs, que, mesmo com as limitações, a Igreja continua utilizando os meios de comunicação para fazer o bem, entregando pessoalmente as cestas básicas ou então os alimentos para as pessoas sem teto.

    Esse trabalho social que continua existindo e que é consequência de quem se encontrou com o Senhor e que é sinal de Jesus Cristo nesse nosso tempo, nesse nosso mundo. Não obstante, muitas vezes, nós experimentamos também a devastação e a dificuldade como no caso do Livro das Lamentações, a leitura primeira de hoje(cf. Lm 2,2.10-14.18-19), depois de ter escutado toda a questão do exílio do povo de Deus, dos livros históricos. Agora nesse livro profético, quase sapiencial também, aparece e é justamente isso: a lamentação do estado em que ficou Jerusalém, destruída, sem nada. E essa desolação de quem olha para a Cidade Santa e sente tudo isso no coração. Também está no meio dessa missão da Igreja, nós repassamos muitas vezes por situações dolorosas, difíceis, que machucam aqueles que amam a Igreja e querem o bem da Igreja, como também o povo queria e amava Jerusalém e ama Jerusalém ao vê-la destruída. Mas sabemos que o senhor reconstruirá Jerusalém e o Templo. Assim como também essa experiência da Igreja que, durante muitas vezes, em várias ocasiões, experimenta tantas situações de dor e sofrimento. São dores que aparecem no coração de quem ama. E que, ao mesmo tempo, nós vemos essas destruições, a Igreja continua fazendo bem e confiando que o Senhor reconstrói a vida, reconstrói realmente a caminhada da Igreja, reconstrói o Templo, como novamente como aconteceu com o Templo de Jerusalém. Portanto, a experiência da Escritura do povo de Deus nos mostra que esses altos e baixos acontecem. Acontecem depois de diversas situações históricas, proféticas. Mas não deve cessar a esperança a nos mover.

    Agora, no atual momento, nós experimentamos no mundo todo um aspecto muito de muita dor, de muito sofrimento, de muitas dificuldades. A Igreja, junto com toda a sociedade, experimenta essas dores ao ver os seus filhos internados nos hospitais, por longa permanência nas CTIs, porque uma das características desse tempo, uma permanência longa na CTIs. Além dos tantos que partiram desse mundo, essa dor que sofre tantas pessoas. E nós, que partilhamos e compartilhamos, mas ao mesmo tempo continuamos a semear esperança, confiança no Senhor presente em nossa vida. Além de reconstruir o coração do homem e as pessoas, também vai nos dar força para continuar fazendo o bem. Como lembra o Evangelho, continuar sendo essa presença de Jesus Cristo na história e no mundo, fazendo o bem para as pessoas, pelo Anúncio da Palavra, pela preocupação com o social, levantando as pessoas que estão nos seus leitos, muitas vezes prostradas pelo pecado, pelo mal e, ao mesmo tempo, pedindo apenas que nós creiamos na Palavra do Senhor, como esse oficial que, “basta uma palavra que meu empregado ficará curado”(cf. Mt 8,8). E nós querermos fazer essa missão de Jesus, passando por tantas situações do mundo de hoje. É a nossa missão, é a nossa responsabilidade.

    Caríssimos irmãos e irmãs,

    Vêm de tantos ódios, rancores e dificuldades, perseguição à Igreja, perseguição aos cristãos e aos que têm fé, tendo situações querendo calar a boca dos católicos, dos cristãos, como se fossem marginais. Em tantas situações, nós somos convidados, nós somos chamados a fazer essa experiência da esperança de passarmos esse momento difícil e, ao mesmo tempo, continuar fazendo o bem pela pregação da palavra, pelo trabalho social, levando, assim, cada vez mais, a esse mundo mais justo, mais humano e mais fraterno. E nós, meus irmãos e irmãs, nós acolhendo, escutando essa Palavra de hoje nos colocamos abertos para as maravilhas do Senhor acontece também em nossas vidas.

             Lembremos do poder da Palavra de Jesus. O centurião romano nos dá este eloquente testemunho de fé: “Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado!”(cf. Mt 8, 8). Que nós possamos ter tanta fé como este homem que acreditou no poder o Senhor, Amém!

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