Com Maria, aguardemos a vinda do Salvador!

    Nestes últimos dias antes do Natal, a mensagem fundamental da Palavra de Deus gira à volta da definição da missão de Jesus: propor um projeto de salvação e de libertação que leve os homens à descoberta da verdadeira felicidade. Com Maria, humilde serva do Senhor e “bendita entre as mulheres” que, grávida do Mistério de Deus, aguarda a vinda do Filho Bendito, Jesus Cristo! O Senhor se aproxima e está perto de nós.

    O Evangelho (Lc 1,39-45) sugere que esse projeto de Deus tem um rosto: Jesus de Nazaré veio ao encontro dos homens para apresentar aos prisioneiros e aos que jazem na escravidão uma proposta de vida e de liberdade. Ele propõe um mundo novo, onde os marginalizados e oprimidos têm lugar e onde os que sofrem encontram a dignidade e a felicidade. Este é um anúncio de alegria e de salvação, que faz rejubilar todos os que reconhecem em Jesus a proposta libertadora que Deus lhes faz. Essa proposta chega, tantas vezes, através dos limites e da fragilidade dos “instrumentos” humanos de Deus; mas é sempre uma proposta que tem o selo e a força de Deus. Um nome que está acima de todo nome e que, mesmo assim, dignou-se nascer em nosso meio. Quando Maria vai da Galiléia para a Judéia, é bonito pensar que Israel torna-se símbolo do antigo povo, mas daquele povo que acolhe a Aliança. Se antigamente Abraão devia deixar a casa de sua parentela (Gn 12,1), agora Maria se dirige aos seus parentes. Aquele encontro entre duas mulheres é uma exultação de mães, que se reflete em duas crianças a pularem de alegria. É Maria (a amada) que, entrando em casa de Zacarias (Deus se recorda), saúda Isabel (juramento de Deus).

    A primeira leitura (Mq 5,1-4a) sugere que este mundo novo que Jesus, o descendente de David, veio propor é um dom do amor de Deus. O nome de Jesus é “a Paz”: Ele veio apresentar uma proposta de um “reino” de paz e de amor, não construído com a força das armas, mas construído e acolhido nos corações dos homens. O profeta Miquéias anuncia alegremente essa notícia e nossa oração faz coro com a esperança do profeta. O Senhor vem de Belém, “a casa do pão”; e será o pão da vida para nós, dando-nos coragem e força em nossa estrada. Maria já vai trazer à luz aquele que é a paz, por isso cantamos alegres, como o Salmista: “Dai-nos vida e louvaremos vosso nome”(Sl 79,19).

    A segunda leitura (Hb 10,5-10) sugere que a missão libertadora de Jesus visa o estabelecimento de uma relação de comunhão e de proximidade entre Deus e os homens. É necessário que os homens acolham esta proposta com disponibilidade e obediência – à imagem de Jesus Cristo – num “sim” total ao projeto de Deus. Jesus não veio para repetir e oferecer holocaustos e sacrifícios segundo a Lei, e sim para realizar a vontade divina. Este é o melhor sacrifício que se pode apresentar: cumprir a vontade de Deus, que considera mais importante a obediência a ele do que os sacrifícios. Jesus é o autêntico revelador da vontade do Pai.

    O Salvador não nasceu em palácio real, não veio a nós em cortejo triunfante, mas encarnou-se na pobreza humana, contando com gente simples como Isabel e Maria Santíssima, de Nazaré. Continuar a missão de Jesus é ajudar a transformar a realidade segundo o plano de Deus, assumindo a fé, a humildade e a simplicidade dessas duas mulheres. A bem-aventurança de Nossa Senhora é também a nossa, quando nos alegramos por encontrar em cada ser humano o rosto do Deus Menino.

    O Natal se aproxima para alegrar os corações com a vinda do Deus encarnado. Vários sinais indicam essa proximidade: presépios montados, iluminação das ruas e das casas, iniciativas e prática solidárias. Cuidemos para não nos deixarmos inebriar pelos apelos comerciais e busca desenfreada por compras e esquecer o verdadeiro sentido do Natal. Proclamemos Maria bendita entre todas as mulheres e Jesus o bendito fruto de seu ventre.

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