Campanha da Fraternidade 2023

    Tema: “cuidar de quem tem fome”. Lema: “Dai-lhes vós mesmo de comer”.( Mt 14,16)

    Reflexão para o tempo quaresmal.

    Não podemos tributar a Deus verdadeiro culto (de adoração), se não valorizarmos, o cultivo de nossa personalidade, e se não valorizarmos o próximo, como irmão(ã). Deus é Criador e não tem filho único. Somos uma grande família: eu-tu-nós. O homem vive, convivendo no mundo. Por isso, a Igreja tem sua teologia, antropologia e sociologia. Na campanha da fraternidade, lembrando, religiosamente, o sofrimento, morte e ressureição de Jesus Cristo, conscientiza seus filhos, de que o sofrimento (de Cristo), continua, hoje no drama de muitos irmãos e irmãs. Eles, elas não são, antes de tudo, culpados, mas vítimas: são depauperados, empobrecidos. À Igreja, não cabe fazer leitura marxista ou capitalista da realidade. Contudo, não pode ser também omissa. Se é preciso perdoar, como sabemos. É necessário, outrossim, assumir responsabilidades pastorais que incidam na melhoraria das políticas sociais. Em assim agindo, a Igreja não faz simplesmente política, mas busca encontrar as causas e ajudar a enfrentá-las. É fácil conscientizar sobre a necessidade de colaborar com o dízimo. Mas é preciso, também, saber o que fazer com ele. Somos todos, irmãos(as), mas, há os que não veem, as coisas assim, e até ainda, continuam Caíns que matam. Dada a situação reinante, cresce o número dos que já perderam o sentido da vida. Falar dos males sociais, não é gratificante, mas não fazê-lo, pode tornar-se omissão, até grave. Por isso, pensar é preciso, agir e reagir, mais ainda. E rezar? Não está em discussão: é claro.

    Em 2023 a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil –  apresenta a 59ª edição, da Campanha da Fraternidade, cujo tema é “fraternidade e fome” e o lema é “dai-lhe vós mesmos de comer” (Mt 14,16). O Evangelho de Jesus, nos questiona e, por isso, a Igreja não pode ser omissa. A fome é uma realidade, no mundo, como também, aqui no Brasil. Isto é inadmissível. Não somente: é uma vergonha. Por quê? 2.1 O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de alimentos. 2.2 Há 43 milhões de hectares destinados para a agricultura. 2.3 A CNA – Confederação Nacional da Agricultura – afirma que em 2020, o agronegócio no Brasil, gerou R$ 1,98 trilhão. Exportamos carne bovina, suína e a de aves etc. 2.4 Há, outrossim, bastante variedade na produção: soja, milho, trigo, arroz, feijão, cacau, frutas, vinhos, espumantes e azeite. 2.5 De fato, no Brasil, em se plantando, dá (produz), já o dizia Pedro Vaz de Caminha. 2.6 Podemos crescer, ainda, mais no agronegócio, bem como na agricultura familiar, a partir de uma verdadeira política agrária.

    Infelizmente, há também um inaceitável desperdício de alimentos, bem como mau aproveitamento, quando não, são até jogados fora. Por isso, em 2022, 33.1 milhões não tinham o que comer (não é invenção minha…) (cf. Vida Pastoral nº 350, página nº 6).

    Alguém, às vezes, inconformado, até pergunte: que culpa tenho eu, ou temos nós católicos? Não estou acusando. Apenas constato, que é algo inaceitável. É sumamente vergonhoso. Sem dúvida, se o problema existe, deve ser enfrentado. É Jesus mesmo, que nos diz hoje, “Dai-lhes vós mesmos de comer.” Mas, não há alguns malandros, no meio de tanta pobreza? Sim: há. Contudo, pergunto eu: onde não os há? E se começássemos a olhar, mais para a capital federal? Para os políticos, demasiadamente, bem remunerados? Há, os no poder executivo, legislativo e judiciário! Alhures, não?  Seria bom acompanhar melhor a mídia…

    5º O discurso profético nunca foi fácil, porém mais difícil, ainda é a ação profética (cf. Mt 5,12). O Brasil é bonito. É ainda, inegavelmente rico em água, sol e terras férteis. Desde o tempo da descoberta, vieram para cá elementos, não muitos qualificados, ou até mesmo desqualificados. Quem não o sabe? Quero, apenas, fazer pensar: não gerar insatisfeitos ou revoltados. Quero ajudar a despertar uma fraternidade, mais eficiente e eficaz. Não faço política partidária, mas Evangelização. Esta, porém, frequentemente, incomoda também.

    6º Queremos, que haja fome de Deus, de amor, de paz e de crescimento no Brasil, e não de fome de pão, ou aumento de miséria, de doenças e de morte.

    7º Boa participação na Campanha da Fraternidade.

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