“Sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito” (Mt 5,48)

    7º Domingo do Tempo Comum

     Celebramos neste domingo, o sétimo do Tempo Comum. A partir de terça-feira, faremos uma pausa no Tempo Comum para iniciar, na Quarta-Feira de Cinzas, o tempo quaresmal. O Tempo Comum retomará após a celebração de Pentecostes. A Igreja sabiamente propõe o calendário litúrgico de acordo com aquilo que estamos vivendo. Após o carnaval, recordamos os 40 dias que Jesus sofreu as tentações no deserto, com o período da Quaresma e, após a Quaresma, com a ressurreição de Jesus, a Igreja celebra a Páscoa e, posteriormente, o tempo pascal. A Igreja celebra o tempo pascal por 50 dias, pois a alegria da Páscoa é tão grande que não pode ser resumida em um domingo só. Após Pentecostes, que é o envio do Espírito Santo e o nascimento da Igreja primitiva, retoma-se o Tempo Comum.

    A cada domingo do ano litúrgico, somos convidados a nos reunirmos com nossa família em torno da mesa da Palavra e da Eucaristia e alimentarmo-nos do seu Corpo e Sangue. Queremos nos abrir à graça de Deus e colocar em prática a sua Palavra em nossa vida e, aos poucos, moldar a nossa vida à sua vontade. Rezemos nessa Eucaristia pela paz e que cesse a violência. Elevemos ainda uma prece pelo povo da Turquia e Síria, que sofreram recentemente com o terremoto, para que aqueles que sobreviveram, possam conseguir reconstruir suas vidas.

    Na liturgia deste domingo, aprenderemos o significado da verdadeira justiça e a rezar por aqueles que nos fazem mal. Os cristãos não devem pagar o mal com o mal, mas ao contrário, pagar o mal que nos fizeram com o bem. O cristão é aquele que não deve ter ódio em seu coração, mas deve trazer em seu coração o amor ensinado por Jesus. O outro pode nos perseguir por um tempo, mas em determinado momento, se não dermos conta e não nos desgastarmos respondendo, ele irá desistir. Ao invés de respondermos na mesma moeda, rezemos por aqueles que nos perseguem.

    A primeira leitura da missa desse domingo é do livro do Levítico (Lv 19,1-2.17-18). O Senhor fala a Moisés para que ele transmita aos filhos de Israel dizendo para que eles sejam santos como Deus é santo. Isso serve para nós nos dias de hoje, a partir do nosso batismo, somos convidados a viver a santidade no dia a dia, praticando o amor ao próximo, rezando por aqueles que nos perseguem e praticando a justiça de acordo com aquilo que está nos mandamentos. Uma coisa importante que o Senhor fala por meio de Moisés nessa leitura hoje e que serve para todos nós, não tenhamos ódio de ninguém. O ódio é um sentimento muito forte, se tivermos algo contra alguém, procuremos nos reconciliar com essa pessoa ou rezemos por ela. O ódio, literalmente falando, não é de Deus.

    O salmo responsorial desse domingo é o 102 (103) e diz em seu refrão: “Bendize, ó minh’alma, ao Senhor, pois é bondoso e compassivo”. O Senhor está sempre pronto a nos perdoar, Ele é indulgente, favorável e compassivo. Se Deus sempre nos perdoa, por que não somos capazes de perdoar quem nos fez mal? Pensemos nisso.

    A segunda leitura é da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 3, 16-23). Estamos acompanhando a primeira carta de São Paulo aos Coríntios desde o início do Tempo Comum. Paulo diz que somos templos de Deus e não devemos deixar que ninguém destrua esse templo. O nosso corpo “templo de Deus” é santo e abençoado por Deus e devemos cuidar dele. A partir do nosso batismo, deixamos de pertencer ao mundo e passamos a pertencer a Deus. E, ainda, Paulo diz à comunidade que não devemos seguir homem algum, mas sim seguir e fazer a vontade de Deus.

    O Evangelho desse domingo é de Mateus (Mt 5, 38-48), continuando ainda o discurso sobre as bem-aventuranças que é todo o capítulo cinco de Mateus. Jesus diz aos seus discípulos e àqueles que o ouviam que o cristão deve agir de maneira diferente daquilo que a sociedade de maneira geral prega. Do mesmo modo que Ele, o cristão deve ir na contramão daquilo que a sociedade da época pensava, ou ainda pensa. Se a sociedade prega que devemos excluir o outro por causa de raça, cor, religião, pecado ou outra coisa, o cristão deve acolher essa pessoa, conversar com ela independente de qualquer coisa.

    O cristão deve transmitir o amor e a misericórdia, como diz o apóstolo São João. Se dizemos que amamos a Deus, mas odiamos o próximo, somos mentirosos. Se alguém nos odeia e nos deseja mal, devemos rezar por essa pessoa para que o mal que ela nos deseja se transforme em bem para ela. Rezemos por nossos inimigos e amemos a todos, pois a identidade do cristão é o amor.

    Se alguém nos der uma tapa na face direita, oferecemos a esquerda, se alguém nos obrigar a andar um quilômetro, caminhemos dois com ele, e se alguém tomar o nosso manto, oferecemos também a túnica. Por mais que seja difícil, o cristão deve ter uma atitude diferente e ensinar os mais novos a terem mais atitude. Os filhos seguem o exemplo dos pais, se os pais forem pacientes e praticantes da religião, os filhos vão seguir o mesmo exemplo.

    Nos dias de hoje, tem muita intolerância, tudo é olho por olho e dente por dente, como diz Jesus no início do Evangelho. Que a mudança na sociedade possa começar de nós. A eucaristia diária ou dominical nos ajuda nessa mudança, a sermos mais pacientes, prudentes e amorosos com os outros. Sejamos perfeitos como nosso Pai Celeste é perfeito.

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