Busca por um mundo mais solidário através da educação é um dos desafios da Pastoral

“Não há educação neutra. A educação sempre está finalizada para uma visão de ser humano e de mundo”, destaca o arcebispo de Sorocaba (SP) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para Educação e Cultura da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Júlio Akamini.

Segundo ele, educar ao humanismo solidário é um dos desafios que o 19º Encontro Nacional da Pastoral da Educação vai propor. O evento que tem início nesta sexta-feira (28) e termina no domingo (30), no Rio de Janeiro, traz a temática: “O atual cenário da Educação Brasileira e as perspectivas para a Pastoral da Educação”.

Dom Júlio Akamine. Foto: Divulgação

“Educar ao humanismo solidário significa tornar as pessoas capazes de cooperação em um mundo cada vez mais solidário, de lutar pela justiça social com gratuidade e determinação em vez de se valer das desigualdades para vantagens pessoais, de se abrir ao diálogo e de cooperar com os outros na promoção do bem comum”, destaca o bispo.

Além disso, a realidade pastoral, os desafios evangelizadores no mundo da Educação e as urgências pastorais também farão parte desse diálogo com o testemunho de agentes da Pastoral da Educação vindos de tantos lugares do país.

Para dom Júlio, a principal luta para a pastoral da educação é o profetismo que consiste em pôr a pessoa humana no centro da educação, a fim de que ela possa desenvolver a sua própria vocação em estreita vinculação com a vocação da comunidade.

“Não há humanização sem promoção da pessoa e da comunidade. Desenvolvimento pessoal reclama e promove o desenvolvimento social”.

Educação entre gerações

A renovação do pacto educativo entre as gerações é outro ponto importante já que muitos modelos educacionais ainda têm nas suas raízes e matriz geradora o conflito das gerações. O religioso lembra que é preciso proclamar profeticamente que a educação ao humanismo solidário não é possível sem reconhecer a família como sua espinha dorsal e o seu ambiente originário e principal.

“Os sistemas educacionais e os governos devem respeitar subsidiariamente a família como protagonista da educação e reforçar o pacto Inter-geracional educativo”, disse.

Dom Júlio ressalta ainda que é obrigação profética da Pastoral da Educação promover o encontro das religiões através de um verdadeiro diálogo em que as partes não abdiquem das próprias convicções e identidade nem sejam obrigadas a viver sua fé limitada ao âmbito da intimidade e proibidas de viver em público os próprios valores religiosos e éticos positivos.

Profetismo

Foto: Divulgação

Por fim, informa o arcebispo de Sorocaba, que faz parte do profetismo da Pastoral da Educação anunciar uma grande esperança globalizada. “Sem uma grande esperança – grande esperança de buscar e de encontrar a Verdade que é Cristo – a educação se limitará a treinar meros cumpridores de tarefas para os mercados já decididos pelos que detêm o poder econômico para tal”.

O Encontro Nacional, que acontece a cada dois anos, reúne lideranças da Pastoral da Educação (dioceses e regionais), Pastoral Escolar, Congregações Religiosas que atuam no âmbito educativo, Associação Nacional de Educação Católica (ANEC), escolas católicas e paroquiais, vicariatos episcopais para educação, projetos pedagógicos em contextos de fronteiras (presídios, imigrantes etc.) entre outras experiências no ambiente educativo.

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