Bendize minha alma ao senhor

    Celebramos neste domingo, o 26º do Tempo Comum. A liturgia convida a não colocar nossa vida e única esperança nos bens materiais e sim ter toda a nossa confiança em Deus. Não podemos colocar os bens materiais no lugar de Deus, Ele deve estar sempre em primeiro lugar. Deus não condena a riqueza em si, mas condena o mau uso do dinheiro e, ainda, menosprezar os outros por conta de sua condição social.

    A humildade deve ser a marca do cristão, como Jesus nos ensina nas bem-aventuranças. Ou seja, se tem a mais, deve compartilhar com aquele que pouco ou nada tem. Não levaremos nada dessa vida para a vida eterna, o nosso corpo perecerá e temos que guardar a nossa alma. A única coisa que levaremos dessa vida para a vida eterna é o quanto fomos capazes de amar o nosso próximo.

    Estamos findando o mês da Bíblia e este domingo é o Dia Nacional da Bíblia. Aproveite essa semana para meditar a Palavra de Deus e que, por meio da meditação da Palavra, possamos amar mais os nossos semelhantes. A Palavra de Deus é o Verbo Encarnado do Pai e ela nos ensina a verdade e como devemos nos desprender dos nossos bens para amar a Deus. Façamos como Maria que se despojou de tudo e disse “Sim” a Deus. Estamos aprofundando neste ano o livro de Josué como tema: “O Senhor teu Deus estará contigo por onde quer que vás”.

    A liturgia deste domingo nos ensina a humildade e a solidariedade, e sendo solidário com o próximo, alcançaremos a salvação. Vivemos em tempos difíceis, marcado por guerras, fome, pandemia etc. A humildade e a solidariedade ajudarão a passar por tudo isso. Isso nos ajuda também a vivenciamos o 108º dia do migrante e do refugiado aprofundando a mensagem do Papa para esse dia: “Construir o futuro com os migrantes e os refugiados”.

    A primeira leitura da missa deste domingo é do livro de Amós (Am 6, 1a 4-7). Esse trecho da profecia de Amós faz um alerta para aqueles que vivem despreocupados e seguros dos bens que possuem e não se preocupam com o próximo. Quando menos esperar, Deus pedirá contas de todos os bens, e aqueles que agora não têm nada, no futuro poderão ter, e aqueles que têm, será tirado até o que têm.

    Ou ainda, como nos diz o Evangelho desse domingo, os que agora sofrem, se alegrarão na eternidade, aqueles que aqui são pobres, serão ricos na eternidade. No tempo do profeta Amós não era diferente da situação vivida no tempo de Jesus. Os ricos menosprezavam os mais pobres e os pobres eram excluídos da sociedade. Por isso, Jesus diz que veio para os pobres e pecadores.

    O salmo responsorial é o 145 (146) e o refrão diz: “Bendize, Minh’alma, e louva o Senhor”! O Senhor não se esquece de nenhum de seus filhos, somos nós que esquecemos de Deus. Ele honra, sobretudo, os pobres e humildes e aqueles que trilham o caminho da justiça.

    A segunda leitura da missa deste domingo é da primeira carta de São Paulo a Timóteo (1Tm 6, 11-16). Paulo dá instruções a Timóteo para perseverar no bom caminho, combater o bom combate da fé para que seja merecedor da vida eterna. A fé cristã nos dá a certeza da vida eterna. Se trilharmos o caminho da justiça, do amor e da solidariedade, seremos merecedores da vida eterna.

    O Evangelho da missa é de Lucas (Lc 16, 19-31). Jesus conta uma parábola aos fariseus, falando sobre a pobreza e a riqueza. Os fariseus eram muito ricos e por isso menosprezavam os pobres. Colocavam os bens materiais como prioridade e deixavam as coisas de Deus para segundo plano. Ao contar essa parábola, Jesus diz que a meta final do ser humano é a vida eterna e, para ser merecedor da vida eterna, tem que amar o seu semelhante independente de sua condição social.

    Eles questionavam Jesus por andar com os publicanos, pecadores e pobres e não andava com os ricos. Ao contar essa parábola, Jesus quer dizer que Ele veio justamente para os pobres e pecadores, pois deles é o Reino dos Céus.

    Jesus não condena a riqueza, mas condena o mau uso dos bens e o fato de menosprezar aqueles que pouco ou nada têm só pelo fato de ter a mais. Jesus alerta para que eles mudem de conduta, pois poderão sofrer na eternidade, enquanto os pobres que agora sofrem, serão felizes na eternidade.

    A liturgia deste domingo fala sobre a humildade e como podemos administrar os nossos bens com prudência. A parábola que Jesus conta aos fariseus serve para nós, hoje. “Se não escutam a Moisés, nem aos profetas, eles não acreditarão mesmo que alguém ressuscite dos mortos”.  Vivamos uma vida reta respeitando e amando o nosso próximo, para que sejamos merecedores da maior de todas as heranças, que é a vida eterna. Acolhamos e vivamos a Palavra de Deus colocando-a em prática e acolhendo a todos na construção de uma sociedade mais justa e solidária.

    Que o Espírito Santo nos ilumine e nos conduza no caminho do bem. Sejamos o conforto e a esperança para aqueles que mais sofrem. O mundo precisa de solidariedade e amor, somente assim venceremos as guerras.

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