Ave, cheia de Graça

    Celebramos no dia 8 de dezembro, a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, um dos dogmas dedicados a Nossa Senhora. Os dogmas são verdades de fé, que a Igreja apresenta aos fiéis para que eles creiam nessa verdade de fé. Esses dogmas não são colocados aleatoriamente, mas são pensados, estudados e apresentados aos fiéis.

    O dogma da Imaculada Conceição é o segundo, dentre os quatro que temos dedicados a Nossa Senhora. Por meio desse dogma, acredita-se que Nossa Senhora tenha sido concebida sem a mancha do pecado do original. Nossa Senhora foi preservada por Deus da falta de graça que aflige a humanidade. Por isso, quando o anjo anuncia a Nossa Senhora que ela seria a Mãe de Jesus, ele a saúda dizendo: “Ave, cheia de Graça”, ou seja, desde o seu nascimento ela foi concebida cheia de graça. A Igreja acredita e ainda passa aos fiéis que Maria viveu uma vida longe do pecado.

    A festa da Imaculada Conceição é uma das mais importantes dedicadas a Nossa Senhora. O dogma foi promulgado em 1854,  o dia da imaculada aqui no Brasil já chegou até ser feriado nacional, mas, depois de um tempo, foi retirado. Em alguns países, inclusive na Europa ou em algumas cidades onde ela é padroeira, segue como feriado. Todos os católicos são convidados a irem na missa nesse dia e a pedir a Nossa Senhora da Imaculada Conceição as graças necessárias para viver uma vida longe do pecado.

    A festa da Imaculada Conceição é celebrada desde 1477, antes do dogma ter sido promulgado. Foi instituída pelo Sisto IV, em 28 de fevereiro desse mesmo ano. A Igreja já acreditava que Maria tivesse sido concebida sem a mancha do pecado original. A festa foi sendo celebrada até o dogma ser promulgado em 1854. O dia da Imaculada Conceição é dia de preceito, ou seja, dia de todo católico participar da missa.

    A Imaculada Conceição foi definida como dogma pelo Papa Pio IX, através da bula Ineffabillis Deus, em 8 de dezembro de 1854. A Igreja, ainda, se baseou biblicamente para proclamar esse Dogma, através do anúncio feito pelo anjo Gabriel (“Ave Cheia de graça”). E, ainda, uma vez que Deus tenha a escolhido para gerar o seu filho em seu ventre, era necessário que ela não tivesse pecado.

    Em sua Bula Ineffabillis Deus, o Papa Pio IX recorreu sobretudo a afirmação de Gênesis (3,15), onde Deus diz: “Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela”, segundo essa profecia, seria necessário uma mulher sem pecado, para dar à luz ao Cristo, que reconciliaria o homem com Deus. Ou seja, através da serpente entrou o pecado no mundo e, por meio da mulher que daria a Luz ao Cristo, a humanidade seria reconciliada com Deus.

    Quando a Virgem Maria aparece a Santa Bernadete em Lourdes (França), em 1858, ela confirma o dogma na qual a Igreja lhe dedicou e que deveria ser o norte da Fé do povo: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Desde então, confirmou-se o desejo de Nossa Senhora e a confirmação de que ela é a Imaculada Conceição. Na própria imagem de Nossa Senhora Aparecida aqui no Brasil, ela é uma imagem de Nossa Senhora Imaculada Conceição (devoção muito querida em Portugal e que herdamos com grande gáudio e júbilo), e recebeu o título de Aparecida porque foi achada no rio.

    Por isso, nós podemos recorrer a Maria com toda a confiança justamente porque ela é Imaculada, sem mancha, sem pecado, sem impurezas. Ela é cheia, plena, repleta da graça de Deus e, por isso, pode ouvir nossos pedidos e súplicas e apresentá-los ao Pai, diante de quem ela está no céu. Nossa mãe celestial é pura, santa, sem pecado e nos ama com um amor puro, santo e divino. Assim, com esta confiança, recorramos a ela sempre, pois ela intercede por nós.

    Deus quis preparar uma digna habitação para o seu filho. Por isso ele preservou, desde o ventre materno, Nossa Senhora de todo o pecado. Assim, toda a obra veio da gratuidade do Deus todo poderoso. Deus concedeu que Nossa Senhora participasse de seu projeto. A escolheu desde sempre, para ser a Mãe de seu Filho. Permitiu que nascesse de pais pecadores, mas por preservação divina, permanecesse incontaminada.

    Por isso, no dia 8 de dezembro, não celebramos apenas a memória de um santo, mas a solenidade mais elevada, maior e mais preciosa da Igreja — Imaculada Conceição da Virgem Maria, um exemplo para todos os cristãos, a Rainha de todos os Santos, a Mãe de Deus. Celebramos dias antes do Natal, tornando dezembro um mês especial. Com essa celebração, entrarmos mais ainda no espírito natalino.

    Celebremos com grande alegria e júbilo no coração a festa da Imaculada Conceição. Que possamos fazer um esforço de participarmos da celebração eucarística nesse dia. E tenhamos a certeza de que Nossa Senhora nos ajudará na luta contra o mal. Preparemos o nosso coração para que, dentro de mais alguns dias, possamos celebrar com o mesmo júbilo e alegria o Natal do Senhor Jesus.

    Rezemos, com grande piedade, a oração à Imaculada Conceição:

    Santa Maria,
    Rainha dos céus,
    Mãe de nosso Senhor Jesus Cristo,
    Senhora do mundo,
    que a nenhum pecador desamparais nem desprezais;

    Lançai sobre mim vosso olhar Imaculado
    e alcançai-me de Vosso amado Filho
    o perdão de todos os meus pecados,
    para que eu, que agora venero com devoção
    a Vossa santa e Imaculada Conceição,
    mereça alcançar o prêmio da vida plena nos céus.

    Por intermédio do vosso Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor,
    que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre.

     Nossa Senhora Imaculada Conceição, rogai por nós!

    Amém.

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here