ÁSIA/ÍNDIA – Dia dos Mártires de Orissa: a Igreja e a sociedade civil pedem justiça

Bhubaneswar (Agência Fides) – Uma investigação aprofundada e independente da Polícia e da magistratura; ressarcimentos adequados que incluem Igrejas e organizações humanitárias; perseguir os funcionários do Governo e da Polícia cúmplices da violência; libertação de sete cristãos inocentes ainda na prisão; medidas adequadas contra as forças do fanatismo religioso que operam no distrito de Kandhamal; implementar um programa significativo de proteção das minorias; focalizar a saúde, educação, comunicação e resolver os problemas de desemprego: estes são, conforme Fides, os pedidos principais do fórum das igrejas e da sociedade civil no Estado de Orissa, difundidos no “Dia dos Mártires”, comemorado pela comunidade católica no Estado de Orissa, na Índia, em memória aos massacres anticristãos de 2008.
A Igreja celebra o “Dia dos Mártires” em 30 de agosto de cada ano para recordar o sacrifício de mais de 101 pessoas que perderam suas vidas durante os massacres perpetrados especialmente no distrito de Kandhamal. A violência de 2008 também causou a destruição de 8.500 casas e 395 igrejas, enquanto os deslocados cristãos, expulsos para sempre de suas aldeias, foram mais de 56.000.
A questão da justiça para as vítimas ainda está em aberto, oito anos depois: numa manifestação maciça realizada em Balliguda, no distrito de Khandamal, da qual participaram 15 mil pessoas, os presentes também pediram a criação de uma Comissão para as Minorias em nível estadual. Dentre os presentes, Jugal Kishore Ranjit, ativista pelos direitos das minorias, disse que “o sistema constitucional falhou completamente em Kandhamal”, enquanto o Parlamentar Sri Jacob Pradhan afirmou que “a celebração do Dia da Independência se torna uma farsa se há cidadãos que não estão desfrutando dos direitos e da liberdade”, apostrofando como” vergonhoso que o governo não publique os resultados de uma comissão de inquérito sobre o massacre de Kandhamal”.
Os manifestantes pediram unanimemente para “derrotar as forças que dividem as comunidades segundo casta e religião”, enquanto foi recordado que o governo de Orissa não respeitou a disposição de conceder terrenos florestais para as famílias tribais cristãs desalojadas. Vendo Kandhamal após 8 anos das violências, as mudanças são poucas e ainda se aguarda justiça para os sobreviventes. Os líderes civis e religiosos em Balliguda assinaram uma declaração e um apelo ao governo para que promova justiça, paz e harmonia.

 

Fonte: Agência Fides

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