Abri as portas ao Redentor

             A eleição do sucessor de João Paulo I causou grande surpresa. Em 16 de outubro de 1978, pela primeira vez depois de 456 anos, era eleito papa um não italiano, o arcebispo de Cracóvia, o cardeal Karol Woityla. Nascido Wadowice, em 18 de maio de 1920, somente com enormes dificuldades pôde concluir os estudos de grau médio e de teologia, por causa da ocupação da Polônia pelos alemães, em consequência da Segunda Guerra Mundial. Ordenado presbítero em 1946, trabalhou a princípio na cura de almas, realizou estudos na Universidade de Cracóvia, na qual use formou em 1953, tornou-se bispo em 1958 e, em 1964, arcebispo de Cracóvia. Em 1967, o Papa Paulo VI nomeou-o cardeal. Tendo sido eleito sumo pontífice, adotou como lema “Totus tuus”, com um grande “M” em seu escudo, afirmando sua devoção mariana.

             Em seu pontificado, foi muito ativo tanto no campo interno da Igreja Católica quanto no diálogo com outras igrejas e religiões, no diálogo com as nações, no diálogo político e internacional. No dia 13 de maio de 1981 sofreu atentado na Praça de São Pedro, na qual ficou gravemente ferido. Tendo restabelecido, retomou sua agenda intensa de viagens e contatos. Seguindo uma prática iniciada por Paulo VI, João Paulo II intensificou a prática de contatos do Papa através de viagens para fora da Itália e 146 dentro da Itália. Além disso, como bispo de Roma, teve a oportunidade de visitar 317 paróquias das 333 que compõem a diocese. No âmbito da diplomacia, foi muito ativo, tendo se encontrado ou concedido audiência a 738 chefes de Estado e 246 primeiros-ministros.

             A retomada do espírito missionário foi um caráter muito forte das viagens apostólicas realizadas por João Paulo II. Assim, em celebrações ou encontros pelo mundo João Paulo II falou a multidões como certamente nenhum outro Papa ou nem mesmo outro chefe de Estado até então. Com o intuito de impulsionar o caráter missionário da Igreja, teve a iniciativa de criar no ano de 1985 as Jornadas Mundiais da Juventude. Ao longo do seu pontificado foram realizadas 19 jornadas, reunindo milhares de jovens católicos. Iniciativa semelhante, mas agora voltada para as famílias, inaugurou o Encontro do Papa com as famílias, iniciado por João Paulo II em 1994. Coube também a este Papa conduzir a Igreja Católica na entrada para o terceiro milênio. Para marcar a data, proclamou o Grande Jubileu do ano 2000. Como preparação para este acontecimento, escreveu a Carta Apostólica Tertio millennio adveniente, instruindo toda a Igreja Católica para a celebração do jubileu. Tendo sido celebrado o jubileu, escreveu outra Carta Apostólica Novo millenio ineunte introduzindo a Igreja Católica no novo milênio. Promoveu por três vezes durante seu pontificado anos santos especiais: Ano da Redenção (1983), Ano Mariano (1987/1988) e Ano da Eucaristia (2004/2005), além dos anos santos ordinários.

             Tomou muitas iniciativas de promoção do diálogo ecumênico e inter-religioso, tendo recebido em audiência ou visitado quando de suas viagens muitos líderes religiosos. Sua mais conhecida iniciativa no campo do diálogo foram os encontros de Assis, onde – a convite de João Paulo II –  líderes de diversas religiões se reuniram nos encontros de oração pela paz.

             Emanou durante seu pontificado um número bastante grande de escritos: 14 Encíclicas, 15 Exortações Apostólicas, 11 Constituições Apostólicas e 45 Cartas Apostólicas, além das mensagens e outros textos. Promulgou igualmente o Catecismo da Igreja Católica, a reformulação do Código de Direito Canônico e do Código de Cânones das Igrejas Orientais. Ademais, publicou como doutor privado 5 livros. Em seu pontificado realizou numerosas beatificações e canonizações: ao todo, João Paulo II proclamou 1338 beatos e 482 santos.

             Reformou a Cúria Romana, ampliou o colégio cardinalício, criando 231 cardeais em 9 consistórios (e mais um cardeal “in pectore”, cujo nome não chegou a revelar antes de sua morte). Convocou nove reuniões plenárias do Colégio Cardinalício e presidiu 15 Assembleias do Sínodo dos Bispos.

             João Paulo II faleceu no dia 02 de abril de 2005, véspera do domingo da misericórdia (criado por ele) encerrando um dos pontificados mais longos da história da Igreja: 26 anos e cinco meses. Suas exéquias foram celebradas no dia 8 de abril. Entre a data de seu falecimento e as exéquias, cerca de três milhões de pessoas visitaram a basílica de São Pedro para render-lhe homenagem. O Papa João Paulo II foi canonizado no dia 27 de abril de 2014, tornando assim chamado de São João Paulo II. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 22 de outubro. Queremos pedir a São João Paulo II que interceda por nós e nos abençoe da “janela do céu” dando-nos forças para a cada dia fazermos vontade de Deus. A bênção João de Deus, o povo te abraça!

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