Jesus veio salvar o que estava perdido!

    A liturgia do 31º. Domingo do Tempo Comum convida-nos a contemplar o quadro do amor de Deus. Apresenta-nos um Deus que ama todos os seus filhos sem excluir ninguém, nem sequer os pecadores, os maus, os marginais, os “impuros”; e mostra como só o amor é transformador e revivificador.

    A liturgia deste domingo fala do encontro de Deus com cada ser humano, apresentando o episódio em que Jesus se encontra com o publicano. Ainda hoje, o Senhor nos dirige aquele olhar que viu e se compadeceu de Zaqueu. Entregamos nas mãos do Pai de bondade de todos os missionários e missionárias do mundo que agem em nome da Igreja de Cristo!

    Na primeira leitura(Sb 11,22-12,2) um “sábio” de Israel explica a “moderação” com que Deus tratou os opressores egípcios. Essa moderação explica-se por uma lógica de amor: esse Deus omnipotente, que criou tudo, ama com amor de Pai cada ser que saiu das suas mãos – mesmo os opressores, mesmo os egípcios – porque todos são seus filhos. O autor reflete sobre a onipotência e a misericórdia de Deus O amor divino alcança todas as criaturas, também o pecador, para que este se arrependa e se afaste do mal. Assim como Deus ama a obra de suas mãos, cabe-nos respeitar e valorizar tudo o que ele criou, pois tudo é bom. Além disso, a leitura nos apresenta um Deus misericordioso que perdoa o pecador. É preciso termos cuidado para não rotular nem condenar as pessoas.

    O Evangelho(Lc 19,1-10) apresenta a história de um homem pecador, marginalizado e desprezado pelos seus concidadãos, que se encontrou com Jesus e descobriu n’Ele o rosto do Deus que ama… Convidado a sentar-se à mesa do “Reino”, esse homem egoísta e mau deixou-se transformar pelo amor de Deus e tornou-se um homem generoso, capaz de partilhar os seus bens e de se comover com a sorte dos pobres.

    No Evangelho de Lucas, as palavras “hoje” e “salvação” se destacam. Jesus veio no “hoje” da história para “salvar” a humanidade. “Hoje”, Jesus entrou na casa humana para oferecer-lhe a “salvação”. A salvação é o resgate do pobre de sua condição indigna. É o resgate dos que se perderam no pecado, afastando-se do Pai misericordioso. É o resgate do ser humano, devolvendo-lhe a condição de amizade e comunhão com Deus. Na passagem deste domingo, encontramo-nos com a figura de Zaqueu. O nome Zaqueu significa “justo”, mas Zaqueu era pequeno em justiça. Chefe dos cobradores de impostos, um pecador público, roubava de seu povo em favor próprio e do império. Zaqueu representa, assim, todos os injustos, todos os pecadores, todos os filhos pródigos, todas as ovelhas perdidas que permitem serem vistas, alcançadas, guiadas, encontradas, redimidas e salvas por Jesus Salvador misericordioso. Zaqueu representa todos os que abrem as portas para a salvação ao reconhecer-se pecador devolvendo aos pobres o que lhes pertence. Zaqueu é aquele “moço rico” que voltou atrás e ao encontrar-se novamente com Jesus, “amou a Deus com todo o coração, porque finalmente o encontrou no ‘Bom Mestre’, ao qual finalmente viu ‘quem é”… e junto ama a seu próximo, doando aos pobres” o que lhes fora tirado. “Hoje”, nós somos Zaqueu! Jesus está próximo! O que fazemos e faremos? Ele nos procura e nos vê! Jesus, depois de ver a mudança de vida de seu anfitrião Zaqueu,  concluiu o discurso dizendo que hoje a salvação havia entrado na casa do antigo cobrador de impostos!

    A segunda leitura(2Ts 1,11-2,2) faz referência ao amor de Deus, pondo em relevo o seu papel na salvação do homem (é d’Ele que parte o chamamento inicial à salvação; Ele acompanha com amor a caminhada diária do homem; Ele dá-lhe, no final da caminhada, a vida plena)… Além disso, avisa os crentes para que não se deixem manipular por fantasias de fanáticos que aparecem, por vezes, a perturbar o caminho normal do cristão. São Paulo, depois de dizer que reza pela comunidade para que esta glorifique o Senhor Jesus por meio da evangelização, chama a atenção sobre os falsos ensinamentos acerca da vida gloriosa de Cristo. Trata-se de reação contra os fanáticos que anunciam a vinda próxima do Senhor e afirmam que, por isso, nem vale a pena trabalhar e cuidar da obra criada. Mais do que a especulação sobre o fim dos tempos, nossa preocupação deve ser o compromisso com a realidade atual.

    O encontro de Jesus com Zaqueu sempre é repetido em cada história de vida de cada um de nós: um encontro que salva! Cada um de nós é um novo Zaqueu: somos pequenos na fé, mas desejosos de ver Jesus. Subimos em nossa figueira para enxergar melhor. E fomos vistos, fomos reconhecidos e chamados pelo Mestre. Ele se propõe a entrar em nossa casa e cear conosco, porque Jesus veio, vem vindo e sempre virá para salvar o que estava perdido.

    Jesus continua vindo ao nosso encontro. Jesus não cansa de procurar os que são pecadores e estão perdidos no pecado e na falta da graça divina! Peçamos a Deus a graça de que indo ao encontro de Jesus encontremos a salvação. A salvação que passa tanto pela superação de preconceitos quanto pela partilha concreta das riquezas e dos bens da vida. Só assim a salvação entrará na sua casa!

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