“Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”

    (Jo 15,17)

    6° Domingo da Páscoa

     Iniciamos o mês de maio, mês de Maria e neste primeiro domingo deste mês celebramos o sexto do tempo da Páscoa. Já caminhamos para o final do tempo pascal: na próxima semana celebraremos a solenidade da Ascensão do Senhor e o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Muitas comunidades aproveitam esta semana para uma reflexão especial sobre o tema desse dia mundial que é sobre a Inteligência Artificial. Muitos também iniciam na metade da semana a novena de Pentecostes, e depois chegaremos a solenidade de Pentecostes, encerrando o período pascal. A semana entre a Ascensão e Pentecostes iremos viver a preparação para Pentecostes e a semana de oração pela unidade dos cristãos. O tempo da Páscoa é de alegria espiritual em que somos convidados a acolher a paz que o ressuscitado traz e transmitir essa mesma paz aos outros. Em Pentecostes Jesus sopra sobre os discípulos o Espírito Santo e os envia em missão, e Ele faz o mesmo conosco nos dias de hoje ao final de todas as missas.

    Neste 6º domingo do tempo pascal recebemos de Jesus o mandamento do amor que tanto Ele pregou. Se Deus nos ama, devemos amar ao nosso próximo, se dizemos que amamos a Deus, mas odiamos o próximo seremos considerados mentirosos. Ao longo da oração do Pai Pedimos que Deus perdoe as nossas ofensas, mas do mesmo modo temos que perdoar os nossos irmãos. O perdão é um gesto de amor, a própria oração do Pai Nosso é uma oração de amor e gratidão a Deus.

    Não somente no tempo da Páscoa, mas ao longo de todo o ano vivamos entre nós o mandamento do amor. O mundo está do jeito que está, cheio de guerras, divisões, violência, porque a humanidade não compreendeu ainda o mandamento do amor. A maior prova de amor que Deus nos deu foi permitir que seu filho morresse na Cruz para nos salvar. Cada domingo da Páscoa tem uma sequência e um tema específico para nos ajudar a rezar, e, nesse sexto domingo da Páscoa é o mandamento do amor.

    A primeira leitura da missa desse Domingo é do livro dos Atos dos Apóstolos (At 10,25-26.34-35.44-48), ao longo desse tempo pascal a primeira leitura é sempre do livro de Atos que retrata o início da Igreja primitiva, e como ela foi crescendo e se desenvolvendo, tendo a frente em primeiro lugar o Espírito Santo. Podemos observar que a Igreja Católica não nasceu ontem ou anteontem, tem mais de dois mil anos de história a partir do envio de Jesus.

    Na leitura específica deste domingo observamos como Pedro consegue evangelizar os pagãos, inclusive Cornélio, um centurião romano.  O espírito santo acompanha a Igreja desde o seu nascimento até os dias de hoje. Por meio desse mesmo Espírito Santo, Pedro batiza esses pagãos em nome de Jesus, e depois eles pedem que fique com eles. Desse modo a Igreja foi crescendo e se solidificando.

    O salmo responsorial é o 97 (98), que diz em seu refrão: “O Senhor fez conhecer a salvação e revelou sua justiça às nações”. O Senhor fez conhecer a salvação a partir do momento que faz a aliança com o povo de Israel e depois culmina essa salvação e aliança de amor com a humanidade a partir da entrega de Jesus na Cruz. A intenção última de Deus é salvar todo gênero humano. A justiça de Deus e que Ele revela a toda humanidade é que todos se amem uns aos outros.

    A segunda leitura dessa missa é da primeira carta de São João (1Jo 4,7-10), como também vem acontecendo ao longo de todo o tempo pascal. João em suas cartas sempre fala a respeito do amor de Deus por nós e o quanto devemos amar os nossos semelhantes, ou seja, se Deus nos ama devemos amar da mesma forma os nossos semelhantes. João insiste bastante nesse tema do amor porque havia muitas divisões na comunidade a qual João pregava. O amor de Deus é tão grande por nós que enviou o seu Filho ao mundo para que morresse por nós na Cruz a fim de nos salvar. Quem não ama, não conheceu a Deus, pois Deus é amor.

    O Evangelho desse domingo é de João (Jo 15,9-17): nesse trecho do evangelho Jesus fala a respeito do mandamento do amor: Jesus procurou ensinar a humanidade o caminho do amor, inclusive resumindo os dez mandamentos em dois, não excluindo os outros oito, mas dando pleno cumprimento. Esses dois mandamentos referem-se ao amor a Deus e ao próximo. De fato, os 10 mandamentos da lei de Deus referem-se sobre a nossa relação com Deus e com o próximo. Os três primeiros são a nossa relação com Deus e do quarto ao décimo refere-se à nossa relação com o próximo.

    A humanidade no tempo de Jesus vivia com grandes conflitos, sobretudo na Palestina e em Israel por conta do império romano, pois quem não seguisse o que determinava o império era punido. Infelizmente havia muitas injustiças e perseguições com aqueles que optavam pelo caminho da justiça. Por isso que a função do profeta, inclusive de Jesus, era anunciar a justiça e denunciar as injustiças. A justiça que Jesus anunciava era o amor.

    Nos dias de hoje a humanidade precisa de pessoas com a mesma coragem dos profetas e de Jesus para anunciar a justiça e a verdade, e ensinar aos outros o caminho do amor. Essas pessoas são cada um de nós, batizados e batizadas, enviados e chamados por Ele a ser discípulos e missionários.

    Cumpramos o mandato que Jesus nos dá ao final do Evangelho de hoje: “Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros” (Jo 15,17). Se cumprirmos isso que Jesus nos ordena construiremos um mundo melhor, pois, se queremos construir uma sociedade melhor a mudança deve começar de cada um de nós. Homens e mulheres novos fazem acontecer a cultura do encontro, da paz, da esperança e, pela graça de Deus, ajudam a transformar o mundo. Façamos a nossa parte e sejamos cristãos católicos autênticos e vivamos a fé no dia a dia.

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