A família deve ser o centro da sociedade!

    Logo no primeiro domingo após o Natal a mãe Igreja celebra a Solenidade da Sagrada Família, Jesus, Maria e José. A liturgia deste domingo propõe-nos a família de Jesus como exemplo e modelo das nossas comunidades familiares. Como a família de Jesus – diz-nos a liturgia deste dia – as nossas famílias devem viver numa atenção constante aos desafios de Deus e às necessidades dos irmãos.

    O Evangelho(cf. Lc 2,22-40) põe-nos diante da Sagrada Família de Nazaré apresentando Jesus no Templo de Jerusalém. A cena mostra uma família que escuta a Palavra de Deus, que procura concretizá-la na vida e que consagra a Deus a vida dos seus membros. Nas figuras de Ana e Simeão, Lucas propõe-nos também o exemplo de dois anciãos de olhos postos no futuro, capazes de perceber os sinais de Deus e de testemunhar a presença libertadora de Deus no meio dos homens. O texto trata da ida da Sagrada Família ao templo para cumprir a Lei do Senhor. Lá acontece o encontro com o piedoso Simeão e a profetisa Ana. Num primeiro momento, o autor apresenta a Família de Nazaré como uma família observante da Lei, inserida na ordem social. Simeão, iluminado pelo Divino Espírito Santo, reconhece no menino o Messias, o luz que ilumina as nações e sinal de contradição. A profetisa e piedosa Ana, por sua vez, reconhece no menino o libertador do povo, que espera por dias melhores.

    A segunda leitura(cf. Cl. 3,12-21) sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos dos que vivem “em Cristo” e aceitaram ser “Homem Novo”. Esse amor deve atingir, de forma muito especial, todos os que conosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço. Trata-se esta leitura de um “código comunitário e familiar”, isto é, o autor apresenta algumas propostas para a boa convivência na comunidade e na família. A comunidade é convidada a constituir um só corpo em Cristo, superando as barreiras étnicas, religiosas e sociais. Família unidas, fraternas e generosas geram comunidades santas. O amor recíproco deve estar presente tanto na comunidade como na família. Ao viverem a misericórdia, a bondade, a humildade vamos entender o valor da família e do sacramento do matrimônio na vida da Igreja e da sociedade.

    A primeira leitura(cf. Eclo 3,3-7.14-17) apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais. É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura. Ele desenvolve o quarto mandamento da Lei de Deus: amar os pais. Honrar e respeitar os pais, socorrê-los e cuidar deles na velhice é cumprir a vontade de Deus. O verbo “honrar”, repetido várias vezes, significa obedecer, respeitar, ajudar e dar afeto. A vivência desse mandamento traz benefícios aos filhos: favorece a vida, expia pecados, alegra e alcança resposta às orações. Na primeira leitura mostra que é honrado o pai biológico que aprendemos a honrar o nosso Pai eterno. E com Jesus não era diferente. Às vezes pensamos em São José apenas como “o pai adotivo” de Jesus, não natural, que só serviu para dar alguma legitimidade civil à Encarnação e que, uma vez cumprida a sua função, “sumiu de cena”. Não. Era honrado a São José que Jesus era filho de José (de uma forma que não entendemos) e Ele era filho de Deus. Era honrando seu pai José que Ele aprendia a perdoar como Deus. Era respeitado por sua mãe Maria que Jesus ajunta aqueles tesouros, dos quais, mais tarde, Ele tirará coisas novas e velhas para edificar seus ouvintes. E assim deve ser com todos nós também: que nossas famílias sejam, sempre mais, escolas de amor e serviço do Senhor!

    Vamos respeitar o valor da família em nossa sociedade. O futuro da sociedade necessita de famílias estruturadas e que vivam a beleza do sacramento matrimonial. A família deve ser o centro da sociedade. A família alicerçada no sacramento do matrimônio ilumina o mundo pela santidade e indissolubilidade do matrimônio sacramento. Felizes por procurarmos trilhar os caminhos do Senhor, acolhamos os valores deixados pela família de Nazaré. Peçamos que a Sagrada Família ilumine as nossas famílias, especialmente as que atravessam dificuldades, e as ajude a viver a concórdia e a paz!

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