Neste domingo dia 05, enquanto no Brasil se realizam as eleições, em Roma começa o Sínodo Extraordinário sobre a Família, convocado pelo Papa Francisco.
Nunca um sínodo suscitou tanto interesse como desta vez.
Em primeiro lugar, porque o assunto é urgente, e se reveste de dramaticidade, tal a problemática enfrentada hoje pela família.
Mas a razão do interesse não é só esta. Este Sínodo traz a marca registrada do Papa Francisco. Foi decisão sua, convocar um Sínodo Extraordinário para a Igreja se defrontar, sem rodeios nem evasivas, com a complexa realidade vivida hoje pelas famílias.
Visto na perspectiva mais ampla da conjuntura atual, este Sínodo vem completar a definição do perfil deste pontificado. É o arremate que faltava, para deixar bem desenhado o projeto que este papa acalenta. Ele deseja ver a Igreja se aproximando da sociedade, não para condená-la, mas para se colocar, solidariamente, ao lado da sociedade.
O foco desta solicitude pela família não é em primeiro lugar urgir uma visão teologicamente correta da família. Mas antes, de ir ao encontro das pessoas que se sentem envolvidas pela problemática familiar, na tentativa de lhes oferecer apoio para as opções concretas que precisam assumir.
Neste sentido, dá para transferir para a família de hoje as palavras que Cristo pronunciou a respeito da missão que ele tinha a cumprir neste mundo. “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”.
Por mais complexas que sejam as situações, vividas hoje pelas famílias, sempre é possível encontrar um terreno comum, entre Igreja e Sociedade, entre Pastoral da família e situações familiares problemáticas, e assim promover iniciativas válidas de enfrentamento das dificuldades.
Algumas insistências do Papa Francisco encontram na família a possível concretização.
Ele insiste numa Igreja misericordiosa, portadora do perdão que Deus oferece a todos, gratuitamente,
Ele propõe uma Igreja acolhedora, que não exclua ninguém de participar da comunidade.
Ele sonha com uma Igreja de portas abertas, não só para acolher bem todos que a procuram, mas também para sair e ir ao encontro de quem se encontra mais fragilizado e mais necessitado de apoio.
Pois bem, estas recomendações todas encontram concretude no contexto da realidade vivida hoje pelas famílias.
Sem deixar de apontar os valores ideais, que sempre precisam servir de referência para qualquer abordagem que se faça a respeito da família, sempre é possível promover ações solidárias em benefício das famílias, em especial as que mais necessitam de apoio.
Toda a expectativa suscitada por este sínodo, se volta para as possíveis medidas pastorais, que a Igreja poderá assumir e propor em favor das famílias.
Esperamos que estas expectativas se realizem, e não sejam bloqueadas por resistências internas que as inviabilizem.
Vale a pena continuar apostando na família!