Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco encontrou-se, nesta quinta-feira (1º/06), na Sala Clementina, no Vaticano, com os participantes do encontro promovido pela Federação Europeia das Associações Familiares Católicas, em seus 20 anos de fundação.
“Essa associação, jovem no espírito e em sua história, é chamada a contagiar outras no serviço às famílias, para que a Europa continue tendo a família como um tesouro precioso. A imagem do tesouro sempre esteve presente na conferência que reuniu, em Roma, famílias de vários países europeus. É uma imagem que reflete muito bem a estima que todos devem ter pela família”, disse o Pontífice.
“As famílias não são peças de museu, mas através delas se concretiza o dom no compromisso recíproco, na abertura generosa aos filhos e no serviço à sociedade. Deste modo as famílias são como um fermento que ajuda a fazer crescer um mundo mais humano, mais fraterno, onde ninguém se sinta rejeitado e abandonado.”
“A sua atividade se resume no serviço integral à família, célula fundamental da sociedade”, sublinhou o Papa em seu discurso, conforme recordado por ele às Autoridades da União Europeia no 60º aniversário dos Tratados de Roma.
O Papa recordou algumas passagens da Exortação Apostólica Amoris laetitia, sublinhando que a família torna “concreto o dom através da beleza e a alegria do amor recíproco”.
Para Francisco não “há melhor aliado para o progresso integral da sociedade do que o favorecer a presença das famílias no tecido social”. “A unidade de todos os membros da família e o compromisso solidário de toda a sociedade são aliados do bem comum e da paz, também na Europa.”
A família é “comunhão de pessoas” e para o Papa Francisco isso permite a experiência e a inserção na grande “família humana” em que é central o desafio de uma “cultura do encontro”. “O estilo familiar que vocês propõe difundir não está sujeito a nenhuma ideologia contingente, mas se baseia na dignidade inviolável da pessoa. É baseando-se nesta dignidade que a Europa poderá ser realmente uma família de povos”, disse ainda o Pontífice.
Segundo o Papa, o Velho Continente vive hoje quatro crises: demográfica, migratória, trabalhista e educacional. A resposta a estes desafios está na família, “modelo operacional, testemunha da unidade na diversidade e diálogo”. Para o Papa “não é preciso esconder a própria identidade cristã. É importante que as famílias saiam de si mesmas para encontrar os outros”.
Em seu discurso, o Papa recordou a ligação entre as gerações: memória, presente e futuro.
“O seu serviço à sacralidade da vida se concretiza na aliança entre as gerações, no serviço a todos, especialmente aos mais necessitados, às pessoas com necessidades especiais e aos órfãos. Concretiza-se na solidariedade aos migrantes, na arte paciente de educar que olha para cada jovem como sujeito digno do amor familiar. Concretiza-se no direito à vida do nascituro que ainda não tem voz e nas condições de vida digna dos idosos.”
O Papa encorajou as famílias a “desenvolver com criatividade novos métodos e recursos” para ser nos âmbitos eclesial e civil “apoio às novas gerações”, acompanhamento e guia “no caminho de cada dia”.
Fonte: Rádio Vaticano