4º Domingo do Advento

    “Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor” (Sl 88)

    Celebramos neste Domingo o quarto e último do Tempo do Advento: nessa missa acende-se a quarta vela da coroa do Advento, e significa que a luz de Cristo está cada vez mais perto de nós. Logo mais, na celebração da Noite de Natal as trevas vão dar lugar à luz. Deixemos que a luz de Cristo invada todo o nosso ser e que a transmitamos a todos que estiverem à nossa volta.

    Este ano o 4º Domingo do Advento ocorre na véspera de Natal, por isso, até a Oração das Três horas da tarde celebra-se as missas do quarto Domingo do Advento, e da Oração de Vésperas em diante celebram-se as missas da vigília e da noite de Natal. São dois tempos litúrgicos importantes e duas festas de preceito por isso participamos com alegria desses dois momentos.

    Que a partir de hoje possamos estar preparados para acolher o Senhor que vem, Ele já nasceu uma vez, agora nascerá novamente em nosso coração. Que nada nos impeça de acolher o Senhor e deixemos espaço para que Ele nasça. Nessa época de Natal nos preocupamos muito com outras coisas, como montar árvore de Natal, enfeitar a casa, presentear amigos e parentes e preparar a ceia, tudo isso é bonito, mas não devemos deixar com que essas coisas ocupem o lugar de Jesus.

    Por isso, antes de participarmos da ceia, fazer festa e nos confraternizarmos em família, temos que participar da missa, a espiritualidade vem antes dos festejos. Até mesmo antes da ceia e de nos confraternizarmos em casa, devemos rezar um Pai-Nosso e uma Ave-Maria agradecendo a Deus por nos ter dado o seu filho Jesus. A  nossa arquidiocese divulgou pelas mídias sociais textos como sugestões de orações para essa ocasião.

    A liturgia nos apresenta figura de Davi e sua linha sucessora, ou seja, Jesus é descendente de Davi e veio para restaurar o reino de Israel. O Evangelho narra o anúncio do anjo Gabriel a Nossa Senhora e o Sim que ela dá, e com isso, acontece uma mudança na história da humanidade.

    A primeira leitura da missa deste Domingo é do segundo livro de Samuel (2Sm 7,1-5.8b-12.14a.16), essa leitura retrata sobre a figura de Davi, pois Jesus é um descendente de Davi, e como estamos muito próximos da celebração do Natal é necessário falar sobre o rei Davi que também foi escolhido por Deus. Por meio do profeta Natã, Deus fala a Davi que após ele virá um descendente, e que esse reino nunca se dissolverá.

    A diferença entre Davi e Jesus é que Davi residia em palácio e tinha aqueles que lhe serviam, e Jesus até iniciar a sua vida pública morava numa casa humilde e, a partir da vida pública, mal tinha casa para residir, e ainda, Jesus não tinha e não queria que ninguém lhe servisse, pelo contrário, era Ele quem servia aos irmãos. Davi ainda era um rei político e muitas vezes pegava em armas para lutar contra os inimigos, Jesus até certo ponto era considerado político, mas nunca precisou pegar em armas. Davi também tinha o exército de Israel para lhe servir e lutar, Jesus tinha os apóstolos que anunciavam o Reino de Deus.

    O salmo responsorial é o 88(89), que diz em seu refrão: “Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor”, esse salmo expressa a fidelidade de Deus ao povo de Israel e o cumprimento de sua promessa de continuar a descendência Davídica. Nós cantaremos desde aqui até a eternidade o amor de Deus, pois o amor D’Ele também é grande por nós.

    A segunda leitura dessa missa é da carta de São Paulo aos Romanos (Rm 16,25-27), Paulo diz à comunidade dos romanos que Jesus é a plena revelação do Pai, a partir da revelação de Jesus termina o mistério e Ele nos revela a intimidade do Pai. Nós agora temos a Escritura para testemunhar isso, pois como nos diz São João: “O verbo se fez carne e habitou entre nós”, Jesus é palavra de Deus feito carne. Essa aliança revelada ficou eternizada nas escrituras, através da história da salvação e Jesus nos deixou a Eucaristia, como memorial dessa aliança eterna.

    O Evangelho é de Lucas (Lc 1,26-38): esse Evangelho narra o anúncio do anjo Gabriel a Nossa Senhora, e o “Sim” que ela deu que mudou a história da humanidade. Através do anúncio do anjo a Nossa Senhora e o Sim que ela dá é um grande passo para o início do Novo Testamento e da revelação eterna de Deus a humanidade.

    Este Evangelho foi escolhido hoje, pois toda a liturgia desse Domingo trata sobre a descendência Davídica, e Jesus faz parte dessa descendência. Deus escolheu Davi para ser rei de Israel, e essa soberania Davídica do reinado em Israel culmina em Jesus. Como dissemos acima, o reinado de Jesus é diferente em alguns aspectos do reinado de Davi. Mas, Jesus completa esse reinado Davídico e depois D’Ele não há mais nenhum outro rei em Israel.

    Outro motivo que nos ajuda a acolher com alegria esse Evangelho é que estamos há algumas horas do Natal, na noite desse dia 24 celebraremos a missa da noite de Natal e amanhã dia 25 o Natal do Senhor, e conforme se aproxima o Natal, os textos Sagrados remontam ao que estamos para celebrar.

    Celebremos com alegria esse quarto Domingo do Advento e que a exemplo de Nossa Senhora possamos dar o nosso “Sim” a Deus e acolher Jesus em nosso coração e em nossa casa. Que ao acendermos a quarta vela do Advento deixemos com que a luz de Cristo nos ilumine.

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