26º Domingo do tempo comum: 25/09/2022 (Lc 16,19-31)

    Texto inspirador: “Eles têm Moisés e os profetas: que os ouçam.” (Lc 16,29) Palavra de Jesus.

    Na vida, devemos estar sintonizados, com o mundo circunstante. Por isso, cabe-nos exercitar nossos sentidos externos: audição, visão, tato, paladar e olfato. Com eles nos comunicamos, com o mundo externo. Vemos coisas boas e ruins. Ouvimos coisas afinadas e desafinadas. Tocamos em objetos, cheiramos coisas gostosas ou não, e degustamos sabores variados. Não basta, porém, relacionarmo-nos, com o mundo, no qual estamos inseridos. É preciso estar bem relacionado, conosco mesmo, com o próximo e principalmente com Deus.

    Jesus, no Evangelho de hoje, para repassar o seu ensinamento, cria uma parábola: a do rico epulão e a do pobre Lázaro. O 1º é muito rico, porém, nem tem nome…, o pobre, o pouco que tem é o nome: Lázaro. Jesus até forçou, um pouco, os termos da parábola: o rico era exageradamente festivo, e o pobre, tão pobre e doente, que jazia à porta do rico epulão. Ele frisa, que até os cachorros vinham, lamber o infeliz… Aconteceu que ambos morreram: Lázaro foi para o céu e o rico, diretamente, para o inferno. Diz o texto, (hipérbole!) que se comunicavam através de Abraão. O rico mesmo pedindo comiseração, não a obteve, porque não a usou com Lázaro, quando, ambos ainda viviam. Agora inverteram-se os papeis. O rico sofre e o pobre está feliz. A lição a tirar: sempre cultivar a fraternidade, o amor, a justiça, e a paz e não, simplesmente, a atitude do chefe aproveitador de subalternos. De fato, Deus é bom para todos: trata-nos como filhos, memo sendo maus. Quer, portanto, que nós façamos o mesmo, não somente com os irmãos, mas de modo especial, com os mais necessitados e fragilizados.

    O rico sofrendo, pede ao pai Abraão, que mande Lázaro avisar a seus cinco irmãos, que mudem de vida, enquanto, é tempo, uma vez que ele está sofrendo, horrivelmente. Estava arrependido…, mas era tarde demais. O jogo da vida é realizado, aqui, na terra. Após a morte a realidade é outra. Por isso, a conversão é realidade deste mundo. Aliás, Jesus sempre insistiu com a necessidade da mesma, mandando, até que nos convertêssemos, por causa do Reino, já presente. (Cfr. Mc 1,15) Nossa vida precisa ser sempre cultivada, pois exige constante conversão. Depois, virá a aprovação ou então a reprovação. Não façamos, portanto, mau negócio, como o rico epulão, pois trocou a eternidade, pelo tempo, vivendo-o mal. Tornou-se infeliz, para sempre.

    Eles têm Moisés e os profetas: os ouçam. Hoje, podemos dizer, que temos, além de Moisés e os profetas, o Novo Testamento: procuremos viver o seu conteúdo. Como, estamos então? Nós, o lemos, rezamos, vivemos, estudamos e o retransmitimos. Os mulçumanos leem, atentamente, o Alcorão, os judeus fazem o mesmo, com o Antigo Testamento. E nós que temos Jesus, os apóstolos e a Igreja? Ignorar as Escrituras, é ignorar Jesus Cristo (São Jerônimo). Pergunto: quem não valoriza Jesus Cristo, na vida, como que razão, quer tê-lo, como, defensor após a morte?

    O Vaticano II, nos números 21-28, da Dei Verbum, tem ensinamentos, muito interessantes, em relação às atitudes que católicos devem ter, em se tratando das Escrituras. Quem não as ama, não ouve a Deus Pai, nem a Jesus Cristo, que veio ao nosso encontro, nem ao Espírito Santo, como nosso pedagogo. Sejamos, então, mais afáveis e carinhosos, com a Palavra de Deus, nosso maior amigo e benfeitor.

    Relembro: setembro é o mês da Bíblia.

    + Dom Carmo João Rhoden – SCJ

    Bispo Emérito de Taubaté –SP

    Presidente da Pró Saúde.

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