24º domingo do tempo comum 17/09/23

     Versículo motivador: “Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim, até sete vezes?” Jesus respondeu-lhe: “Não te digo até sete vezes, mas setenta vezes sete”. (Mt 18, 21-22). Sempre, Pedro… Como queres ser perdoado?

    Amar e perdoar é divino. Vingar-se é diabólico. Não por nada, Jesus incluiu a necessidade do perdão no Pai Nosso. Porque? Porque ele simplesmente perdoa sempre. Perdoa, somente quem ama. Ama e perdoa quem se sente amado, perdoado. Nós o somos. Deus é amor (1Jo 4, 8-16). Precisamos aprender a perdoar. Por isso, precisamos aprender até aprender. Quanto tempo temos para isso? Não sei. Não convém, por isso, perder tempo. Poderia ser tarde.

    No fundo, somente, os homens e mulheres podem aprender.  Deus sabe tudo, é onisciente. Onipotente. Todo amoroso. Todo poderoso. Deus é Deus. Os animais estão sob a lei do automatismo. Do instinto. O João de barro: faz sempre o ninho do mesmo jeito.  A abelha faz seu favo sempre com a mesma técnica… etc. etc… Só nós, os racionais (as vezes, nem sempre), podemos e devemos aprender.  Aprender a caminhar (já aprendemos?) a falar, a amar, a perdoar, a trabalhar e envelhecer. Não esqueçamos: aprender a morrer. Somente o conseguirá, quem souber amar e perdoar. Eu já, ouvi dizer: “Aquele sujeitinho, lá, eu não perdoo nem na morte. Cuidado…

    Geralmente todos têm dificuldade em perdoar. Por isso, é urgente aprender. O Evangelho de hoje o deixa claro. Pedro tinha dificuldades, com o perdão… Perguntou então: até sete vezes? Muitos orientais têm dificuldades, asas grandes em perdoar. No entanto, não são somente eles… Pedro não negava a sua raça. Vai a Jesus para redimir seu problema. Deve ter levado, um grande susto, ao ouvir setenta vezes sete, isto não significa 490 vezes, mas sempre. O perdão não susta a ordem da quantidade, mas da qualidade, da intensidade: da perfeição. Sem perdão jamais haverá convivência social, menos ainda cristã. Por que tantos casais se separam? Por que tantos feminicídio, agressões?

    Jesus, até inventa uma parábola, para ensinar a lição do perdão. Conta, por isso, uma historieta: O patrão tinha dois empregados, era certamente um microempresário. Tinha somente dois empregados. Um lhe devia uma verdadeira fortuna, dez mil talentos. Isso era impagável. Mas, para sua sorte o patrão perdoou tudo. Deve ter ficado muito feliz… Contudo, ele tinha também um devedor; o qual lhe devia uma ninharia. Para ele, no entanto, era hora de cobrar. Exigiu tudo imediatamente, até com violência e agressões. Foi-lhe pedido um prazo. Mas não conseguiu. O sujeito, ganancioso, queria tudo e logo. Estava furioso. E investiu contra seu devedor. Deus é o “bom patrão”. Pergunto: aquele mau patrão, porventura, não poderíamos ser nós?

    As parábolas devem ser bem interpretadas. Portanto, não literalmente, pois no caso, falsificaríamos o belo ensinamento de Jesus. Esse quero deixar bem claro que:

    5.1 – Deus perdoa incondicionalmente, contanto que haja arrependimento.

    5.2 –  Nós, diante dos devedores deveríamos também imitar a Deus.

    5.3 – Isto não significa que não devamos pedir devolução do que é justo e que estamos precisando.

    Conclusão.  Do ensinamento da parábola. Deus é sempre Deus: riquíssimo em amar, ter misericórdia e perdoar. Não podemos, nós, agir com duplicidade, quando se trata de nossos devedores. Jesus, é claro, está falando do perdão, não da mera justiça legal. Quis ensinar, que mesmo falhando nós, até bastante, Deus está sempre disposto a perdoar, onde houver condições. Deus, sempre, nos trata como filhos, enquanto nós, nem sempre nos tratamos como verdadeiros irmãos. Deu de entender? Nunca foi fácil de ser autêntico cristão; contudo, não tentar sê-lo, é mais arriscado ainda… A decisão é nossa. É bom, portanto, aprendermos do Pai celeste. Somente assim podemos rezar, de modo cristão, o Pai Nosso.

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