O esquema político da pobreza

    “A pobreza pode retardar ou comprometer o crescimento econômico, seja por limitar a capacidade produtiva dos recursos humanos, seja por inibir a expansão do mercado interno. De outra, a incapacidade de contingentes significativos da população de prover, por seus próprios meios, suas necessidades básicas é a própria negação da liberdade e da equidade e pode ser capaz de gerar conflitos sociais politicamente desestabilizadores. A pobreza é, portanto, para os países menos desenvolvidos, questão central a ser enfrentada na formulação e execução das diversas estratégias nacionais de desenvolvimento”.

     

    Roberto Cavalcanti de Albuquerque, professor titular, fundador e diretor do Programa Integrado de Mestrado em Economia e Sociologia (Pimes) da Universidade Federal de Pernambuco.

     

    As fortunas dos super-ricos aumentaram 12% em 2018, ao ritmo de 2,5 mil milhões de dólares por dia. No mesmo período, 3,8 mil milhões de pessoas, que constituem a metade mais pobre da humanidade, viram decrescer os seus bens em 11%. Vinte e seis ultramilionários possuíam, o ano passado, a riqueza equivalente à da metade mais pobre do planeta.

     

    Uma concentração de enormes fortunas nas mãos de poucos, que, segundo o último relatório da Oxfam que desde hoje está a ser analisado pelos participantes no Fórum Econômico Mundial, em Davos, evidencia a iniquidade social e a insustentabilidade do sistema econômico.

     

    A nível global, regista-se também uma forte discriminação de gênero. As mulheres ganham em média 23% menos em relação aos homens, que controlam mais de 86% das empresas.

     

    Além disso, o trabalho de cuidar, que não é retribuído e que, na maior parte dos casos, é confiado às mulheres, representa «um enorme subsídio escondido à economia», que, «paradoxalmente, amplifica as desigualdades econômicas porque afeta sobretudo as faixas mais pobres da população».

    É por isso que em muitos países uma educação e uma saúde de qualidade tornaram-se um luxo que só os mais ricos podem permitir-se. Com efeito, regista-se que diariamente morrem 10 mil pessoas no mundo porque não conseguem pagar as despesas médicas.

    Como consequência, nos países em via de desenvolvimento uma criança de uma família pobre tem o dobro das possibilidades de morrer durante os primeiros cinco anos de vida em comparação com um dos seus pares ricos.

    O documento evidencia igualmente a responsabilidade dos governos, que demoram a adotar medidas eficazes para deter a desigualdade crescente. Além do subfinanciamento, a luta à fuga fiscal está estagnada, enquanto que as grandes empresas e os super-ricos contribuem fiscalmente menos do que quanto poderiam.

    Refletindo

    O esquema de certos governos é de perpetuar a desigualdade para assegurar seu cargo e a continuidade de seu sistema político e econômico. A promoção da desigualdade em vários níveis sociais fazem parte da mais terrível corrupção governamental. A deficiência alimentar, educacional, mental e a manipulação religiosa coíbe o povo sair desse esquema criminoso. É por demais escandaloso e um atentado a dignidade humana, muitos líderes políticos, líderes militares e líderes religiosos vivem na ostentação, com tantos benefícios e o povo na pobreza e no descaso. O mal governo favorece o luxo para si e para poucos em detrimento da miséria de muitos. O resultado é uma sociedade violenta, viciada, doente, corrupta e sem futuro. Há o grito dos oprimidos, o clamor dos profetas, os pensadores de justiça, a revolta dos excluídos e aqueles que tem consciência de humanidade e articulam o bem comum para todos. É um terrorismo a desigualdade social. Não deve haver de forma alguma esse caos em plena era tecnológica. É revoltante e temos que mudar urgente essa situação. Pão, paz, justiça, liberdade, igualdade e felicidade sejam de fato e de verdade a nossa realidade!

     

     

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