Maria Protetora da Família Humana

    Estamos chegando a conclusão da 32ª Jornada Mundial da Juventude, 2019 (Panamá). Iluminados pela ternura e o amor materno de Maria Mãe de Deus e das Família, ela que nos acompanha na caminhada, “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (cf. Lc 1,38).

    Nestes dias que acontece o grande encontro da Juventude Mundial, estivemos refletindo juntos à luz do tema da JMJ 2019 e queremos olhar para a Mãe de Deus com filial ternura. Queremos contemplar seu exemplo e testemunho como Mãe e Protetora da família humana.

    Maria é intercessora e guardiã das famílias, quando ao corresponder ao projeto do Reino, responde com total disponibilidade e generosidade como a serva do Senhor, (cf. Lc 1,38).

    Contemplamos em Maria antes de tudo o seu Sim amoroso, livre e incondicional ao projeto de Deus. Aprendamos com a Virgem sua disponibilidade para a vontade de Deus, sua obediência e sua total dedicação.

    Ela é a pedra angular da Sagrada Família de Nazaré, ainda hoje seu exemplo indelével e seu testemunho de vida cristã nos ilumina, em nossa missão evangelizadora. À luz do Concílio Ecumênico Vaticano II, Maria nos ensina, a prática e as lições da “Igreja doméstica”, o lugar onde a fé é passada para as crianças e onde as três dimensões da Igreja podem ser compreendidas: anúncio e testemunho e missão.

     Neste atual e difícil contexto histórico, onde todas as dimensões social, cultural e educacional da instituição familiar parecem ser questionadas em nome de um controverso relativismo cultural, contemplemos o exemplo de Maria, Mãe de Jesus nosso Senhor e esposa de José.

    Nós confiamos a ela como Mãe e companheira de caminhada, como sábia e humilde serva de Deus, que seja auxílio e proteção, da família humana. “Maria é a rainha do universo porque ela está associada ao seu Filho Jesus Cristo, tanto na vida terrestre como na glória do céu, é a rainha porque Deus colocou nas mãos dela o governo de todas as coisas do universo” (cf. Lumen Gentium, 59).

    Assim, o papel histórico da Mãe está na origem da verdadeira humanidade do Filho e por isso, tem uma dignidade toda especial. Maria lembra que a Palavra encarnada em seu ventre é o mesmo pão de vida oferecido aos fiéis, ao povo de Deus peregrinos com Cristo na História.

    Ela realiza a preciosa função de conectar o Sacramento da Eucaristia com o mistério da Encarnação, em sua missão, como discipula do seu filho ela é fiel cooperadora e assim, aproximou o Cristo glorioso e histórico da realidade eclesial.

    Maria, como a Mãe da Igreja, é sinal da unidade eclesial, modelo de caridade e solidariedade fraterna na vida comunitária, no gesto da fração do pão, ela é mestra da partilha da vida e dos dons de Deus. Maria nos ajuda a viver e celebrar os divinos mistérios da fé Cristã.

     Maria é um admirável exemplo de escuta, acolhida, meditação da Palavra de Deus. Ela foi a primeira que soube escutar, acolher e viver a Palavra em sua vida, esta Palavra que nela se tornou carne e habitou para sempre na história, Maria nos ensina com seu exemplo a sermos testemunhas da Palavra de Deus na família.

    Precisamos cultivar em nossa vida eclesial uma espiritualidade baseada na teologia da Encarnação e da Cruz, que eram as dimensões essenciais na vida da Virgem Maria. Assim ela se torna sempre referência e modelo na caminhada cristã, na experiencia espiritual de nossa missão evangelizadora.

              Hoje, mais do que nunca, sentimos a necessidade de acolher e viver a radicalidade do Evangelho em um estilo de vida iluminado pela Palavra do Senhor e atentos aos sinais dos tempos, através do compromisso com os mais necessitados.

    A Igreja é comunhão na diversidade de dons e carismas, é lugar de unidade na fé e no compromisso evangélico, porque tem suas raízes e seu fundamento na Santíssima Trindade, que é relação reciproca de amor e com amor.

    Cada experiência eclesial, deve ser uma experiência de amor trinitário, modelada na vida da Trindade, sem esquecer aquele testemunho de amor da Virgem Maria: ela que sempre esteve disponível à vontade de Deus em sua vida. Essa dimensão é fundamental para nossa fé cristã católica.

    À luz da divina maternidade de Maria, a maternidade humana da mulher, de cada mulher, adquire um novo significado. Visto que Já é um imenso presente, poder participar do poder criativo de Deus na história.

    Maria é o verdadeiro Templo, onde se pode encontrar Deus e experimentar da sua graça.  A Virgem dos pobres se inclina sobre o mundo da fragilidade humana, Ela expressa sua solidariedade, seu amor materno pelos doentes e oprimidos e com uma infinita delicadeza lembra que quer amenizar o sofrimento humano.

    Deus escolhe sempre a vida cotidiana, Ele escolhe a vida simples, porque nosso Deus é o Deus da simplicidade e do afeto. Deus escolhe a casa, o ambiente doméstico, símbolo da família. Assim, o maior mistério de todos os tempos é cumprido, segundo a profecia: o Filho de Deus se torna homem e se relaciona com a história, com cada um de nós.

    É evidente, que esta escolha de Deus está associada a casa de Nazaré, Deus quer nos lembrar que a família é o lugar privilegiado onde Ele se manifesta. A família é o lugar onde Deus quer nascer para estar presente entre nós e quer renascer continuamente para que cada um de nós possa encontrá-lo e neste encontro encontrar o sentido da vida.

    Nossa Senhora, Mãe da Família humana, é ícone e referência da Igreja doméstica, a família é o berço da vida sacramental, desde a iniciação na fé cristã católica, a família assume o lugar privilegiado da catequese cristã na vida dos jovens. É importante a presença da Virgem Mãe da família como intercessora companheira fiel na caminhada cristã, na vida familiar.

     Mãe da Igreja, isto é, de todo o povo cristão, a Virgem certamente não desconhecida da piedade dos cristãos; de fato, os fiéis e toda a Igreja ama e invoca Maria acima de tudo com este apelo da Mãe, porque está firmemente fundada na dignidade da qual Maria foi honrada como a Mãe da Palavra do Deus Encarnado.

     A maternidade divina é a causa pela qual Maria tem uma relação íntima e única com Cristo. Esta dimensão está presente na obra da salvação humana que também está configurada em Cristo, assim também, sobretudo, pela Maternidade divina se compreende a relação entre Maria e a Igreja.

    Nós somos os peregrinos com Maria, seguindo os passos de seu filho Jesus, nesta XXXII Jornada Mundial da Juventude do Panamá. Este encontro é um convite de Deus para a renovação da fé e a graça da vocação cristã no serviço eclesial na escola de Maria.

    “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”, (cf Lc 1,38), este é o lema da Jornada Mundial da Juventude no Panamá, mais que que é um lema, é uma inspiração para iluminar nossa pratica de fé e nos guiar na ação evangelizadora.

     Seguir Jesus com total disponibilidade para fazer a vontade de Deus, com liberdade, generosidade e fidelidade criativa é nossa vocação e missão a exemplo de Maria. Sabemos que sua vida é digna de contemplação e veneração, sim, porque, sua vida foi um grande “sim” ao Senhor. Um “sim” cheio de alegria, disponibilidade e confiança.

    Em   julho de 2013, nossa Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro viveu este tempo de graça especial, tivemos a alegria de acolher e celebrar a experiencia da Jornada Mundial da Juventude, e fomos pioneiros em acolher neste solo da América Latina a presença do Santo Padre, o Papa Francisco em sua primeira viagem apostólica Internacional como Pastor universal e filho da América Latina.

     Nosso sentimento é de alegria e gratidão, porque pudemos viver neste chão Latino Americano do Brasil a graça do encontro fraterno de toda Juventude Cristã do mundo inteiro.  Agora, vivendo a experiência como peregrinos da Jornada Mundial no Panamá, guiados e fortalecidos pelo mesmo Espírito de Deus que sopra na vida da Juventude a fim de que se possa acolher e viver o dom da Fé em nossas vidas.

    A cheia de graça, Virgem Imaculada, viveu toda a sua vida em total abertura a Deus, em perfeita harmonia com a sua vontade e, mesmo, nos momentos mais difíceis, de sua caminhada, no topo do Monte Calvário, e aos pés da cruz vendo de perto, testemunhado o sofrimento mais cruel de seu filho por amor a humanidade, mesmo aí, a Virgem não desistiu. Ela continuou firme, seu Sim para toda vida.

    Que a Virgem da Conceição Aparecida, padroeira de nosso País, abençoe e acompanhe todos os Jovens peregrinos brasileiros, que participaram da 32ª. Jornada Mundial da Juventude do Panamá. Nestes dias retornando ao Brasil rezemos para que vivam com intensidade as consequências deste encontro fraterno, partilhando o dom da fé e da alegria cristã com a Juventude de sua comunidade.

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