XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM

    “(…) pois assim diz o Senhor: ‘Comerão e ainda sobrará’” (2Rs 4,43cd)

    A Liturgia do XVII Domingo do Tempo Comum, nos insere na preocupação de Deus em saciar a “fome” de vida de todos aqueles que buscam a verdadeira Fonte da Vida. As leituras desta liturgia perpassam pelas ações que Deus move para que o pão, partilhado e distribuído, seja para todos, afinal a graça é dada em virtude para saciar a todos e, também, mostrar que esta mesma graça é dada em abundância.

    Na Primeira Leitura extraída do Segundo Livro dos Reis (2Rs 4,42-44), o Profeta Eliseu partilha entre as pessoas a sua volta, os primeiros pães frutos da terra de Baal-Salisa. Ora, embora fosse uma quantidade pequena de vinte pães, Eliseu demonstra que Deus não esmorece em frente ao pouco, pelo contrário, Ele usa do pouco partilhado, o multiplica ao ponto de abundância e sacia a todos. Afinal, Deus usa da generosidade dos pães partilhados e cumpre o que diz “Comerão e ainda sobrará”, pois é através da partilha que Deus sacia a “fome” do mundo.

    O Evangelho de João (Jo 6,1-15), relata a multiplicação dos pães de Jesus ao povo, onde, mais uma vez, Deus vai ao encontro do seu povo e dá-lhes o que de comer. Ora, a simbologia do “dar de comer” vai muito além de oferecer a comida para o sustento do homem, afinal as intenções de Jesus neste gesto são: demonstrar aos discípulos em despir a lógica do egoísmo e assumir a lógica da partilha – “Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: ‘Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?’(…) Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. (cf. Jo 6,8-9.11)”; demonstrar que o pão oferecido a Deus e distribuído aos que precisam, sempre será em abundância – Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: ‘Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!’ Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido (cf. Jo 6,12-13); e, principalmente, Deus está sempre disposto a oferecer o alimento necessário para saciar a fome de justiça, de paz e de amor.

    A Segunda Leitura dada a Carta de São Paulo aos Efésios (Ef 4,1-6), Paulo nos recorda das primícias da vida cristã, onde através da humildade, caridade, paciência e mansidão, permanecendo “em a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz” (cf. Ef 4,3), viveremos fecundamente na vocação a qual recebemos, pois “há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados (cf. Ef 4,4).

    Enriquecidos na Palavra desta Liturgia, possamos deixar as travas do egoísmo que nos cegam, para partilhar o pouco que temos a qual Deus transforma em abundância. Afinal, “todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam e vós lhes dais no tempo certo o alimento; vós abris a vossa mão prodigamente e saciais todo ser vivo com fartura” (cf. Sl 144,15-16)

    Saudações em Cristo!

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