Recebei o Espírito Santo!

    Celebramos mais um Pentecostes em nossa caminhada neste mundo. O tema deste domingo é, evidentemente, o Espírito Santo, ou como se diz em Minas Gerais o Divino Espírito Santo. Dom de Deus a todos os crentes, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo.

    Pentecostes, no tempo de Jesus, era uma festa muito popular. Celebrada cinquenta dias após a Páscoa, lembrava a alegria da colheita e a conclusão da Aliança no monte Sinai. Para a Igreja, Pentecostes, é a festa do Espírito Santo e da Nova Aliança. O dom do Espírito Santo habita em cada fiel batizado a pôr as suas qualidades e aptidões a serviço do crescimento e da vitalidade da comunidade eclesial.

    Com o Domingo de Pentecostes chegamos a plenitude do Mistério Pascal pela vinda do Espírito Santo, o Defensor, sobre a comunidade reunida que expressa sua confiança no amor do Cristo que a reúne. Hoje somos nós esse povo que, reunido em torno do amor do Ressuscitado, celebrando sua Páscoa, é preenchido pela força do Divino Espírito Santo.

    Em Pentecostes, tanto em São Lucas (Atos dos Apóstolos) quanto em João (Evangelho), contemplamos a doação do Espírito Santo, o dom de Deus, à primeira comunidade reunida.

    O Evangelho (Jo 20,19-23) apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas consequências. Estando reunidos, os discípulos, recebem do Ressuscitado os dons da alegria, da paz e do Espírito. Tendo recebido o Espírito Santo criador, renovador e animador da vida (Sl 103; Gn 2,7), os discípulos são enviados em missão. A missão da Igreja, inspirada e impulsionada pelo Espírito Santo continua, ainda hoje, em cada pessoa dócil ao Espírito Santo, disposta a anunciar a conversão a Jesus, abandonando o pecado e reunindo-se em comunidade de amor e fraternidade, de paz e comunhão, de partilha e de missão.

    Na primeira leitura(At 2,1-11), Lucas sugere que o Espírito é a lei nova que orienta a caminhada dos crentes. É Ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus, que faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e comunicar, que une numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e culturas. Estando todos reunidos, veio sobre eles o Espírito Santo, os discípulos começaram a falar, ou a anunciar, o Evangelho. É a reunião de línguas na única língua do Espírito Santo, a língua do amor, mais forte que a dispersão (Babel: Gn 11,1-9). Dóceis ao Espírito Santo, todos somos unidos na língua da solidariedade. Pelo Espírito unificador, entendemos e somos entendidos: é a língua do entendimento recíproco, dom de Deus, doado a quem se reúne à comunidade de fé, corpo místico de Jesus, cuja cabeça é o próprio Cristo Ressuscitado.

    Na segunda leitura (1Cor 12,3b-7.12-13), Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É Ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos. É na comunidade que cada membro põe seus dons, talentos e capacidades, recebidos do Espírito Santo, à disposição de todos, para o bem comum e como testemunho de unidade para o mundo! Ora, “fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito!”

    A Solenidade de Pentecostes renova a consciência de que a presença vivificante do Espírito Santo habita em nós. Também nos dá a coragem de sair das paredes protetoras dos nossos “cenáculos”, pequenos grupos, sem nos acomodarmos numa vida tranquila nem nos fecharmos em hábitos estéreis. Elevemos agora nosso pensamento a Nossa Senhora, Maria Santíssima. Ela estava lá, com os apóstolos, quando o Espírito Santo veio, foi protagonista da primeira comunidade da admirável experiência do Pentecostes. E oremos a Ela para que obtenha para a Igreja um espírito missionário fervoroso!

    Nós, os católicos, precisamos nos matricular na escola dos dons do Divino Espírito Santo: são eles que aninam a nossa caminhada de fé. Tenhamos a certeza de que as palavras de Jesus são atuais e provocadoras: “Assim como Pai me enviou, também eu vos envio: Recebei o Espírito Santo!”. Com os dons do Espírito Santo em nossa vida nosso dever é sempre evangelizar todos os povos!

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